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A Alemanha escolheu um novo governo. E agora?

By 24 de fevereiro de 2025No Comments

Aliança conservadora CDU/CSU será a maior força no Parlamento alemão, cacifando-se para nomear o próximo chefe de governo: Friedrich Merz. Merz é casado com Charlotte, uma juíza, há mais de 40 anos.
AFP via BBC
Vitória da aliança conservadora de Merz, derrota retumbante dos social-democratas de Scholz, e um em cada cinco votos depositados na ultradireitista AfD. O que isso significa para o país? A aliança conservadora CDU/CSU será a maior força no Parlamento alemão, cacifando-se para nomear o próximo chefe de governo: Friedrich Merz.
“Ganhamos esta eleição”, celebrou o candidato a chanceler federal e líder da União Democrata Cristã (CDU). Mas a empolgação não era tão grande na sede do partido, em Berlim. De olho nas difíceis costuras para a formação de uma coalizão de governo, os conservadores esperavam um desempenho melhor, acima dos 30% – mas ficaram com cerca de 28%.
Como não têm maioria para governar sozinhos, os conservadores precisam buscar parceiros de coalizão. A Alternativa para a Alemanha (AfD), que ficou em segundo lugar com quase 21%, poderia servir – do ponto de vista matemático.
Um em cada cinco eleitores apoia a sigla de ultradireita, que é monitorada pelos órgãos de inteligência alemã e tem alguns de seus diretórios reconhecidos como “extremistas” por serem potenciais ameaças à ordem democrática.
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“Dobramos de tamanho! Queriam nos cortar pela metade, e aconteceu o contrário”, gabou-se a candidata e co-líder da AfD, Alice Weidel. Segundo ela, só com a ajuda da AfD é que CDU e CSU poderiam pôr em prática suas promessas de campanha, como o fim da imigração irregular. “Nossa mão sempre estará estendida para uma participação no governo, para realizar a vontade do povo, a vontade da Alemanha.”
Mas os conservadores foram categóricos ao descartar, ainda durante a campanha, uma aliança com a AfD. “Temos concepções bem diferentes, por exemplo na política externa, na política de segurança, em muitas outras áreas, no que diz respeito aos temas União Europeia, Otan e euro”, repetiu Merz na noite da eleição. “Pode estender a mão como quiser”, disse, dirigindo-se a Weidel na TV.
Weidel retrucou prometendo que a AfD, como maior bancada de oposição, fará pressão. “Vamos perseguir os outros, para que façam política séria pelo nosso país”, ameaçou.
União promete mudança de rumo no governo
Além do desempenho fraco da economia, o principal tema da campanha foi a política de asilo e refúgio do país.
“Sentimos a insegurança dos alemães”, afirmou o chefe da União Social Cristã (CSU), Markus Söder, ao explicar o sucesso da AfD. As pessoas já não teriam mais certeza de que os conservadores vão cumprir suas promessas e, por isso, elas apelam à AfD. “Faremos de tudo para organizar uma mudança de rumo na Alemanha”, assegurou.
Na lista de possíveis parceiros de coalizão estão o Partido Social Democrata (SPD), do chanceler derrotado Olaf Scholz, e os Verdes, que compuseram o governo anterior.
SPD e Verdes estão digerindo os resultados – especialmente amargos para os social-democratas, que com cerca de 16% tiveram sua pior performance desde 1890. “É um resultado amargo”, admitiu Scholz. “Devastador e catastrófico”, definiu o ministro da Defesa dele, Boris Pistorius.
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Scholz, um chanceler sem sorte
Scholz é o único chanceler federal dos últimos 50 anos a perder uma reeleição. Seu governo de coalizão com os Verdes e o Partido Liberal Democrático (FDP) não durou três anos – colapsou em novembro de 2024, após uma briga sobre a administração do Orçamento.
Até a formação de um novo governo, Scholz seguirá chanceler interino; depois disso, ele diz que só vai querer ser parlamentar.
O SPD não foi o único punido nas urnas. O FDP também perdeu feio, não atingiu os 5% e não fará mais parte do próximo Bundestag (a câmara baixa do parlamento alemão); seu líder, Christian Lindner, anunciou depois da derrota que deixará a política.
As perdas dos Verdes não foram tão dramáticas assim. Seu principal candidato, Robert Habeck, falou em “resultado eleitoral respeitável”. “Não fomos tão duramente punidos, mas queríamos mais e não alcançamos isso”, lamentou. Mas disse que o partido está aberto ao diálogo com os conservadores para a formação de uma coalizão.
Triunfo do A Esquerda
O partido A Esquerda (Die Linke) protagonizou uma reviravolta surpreendente entre as siglas menores nas eleições e garantiu, com mais de 8% dos votos, seu lugar no Bundestag. Mas os conservadores já haviam descartado uma coalizão com eles antes mesmo da eleição, assim como com a sigla populista de direita Aliança Sahra Wagenknecht (BSW), dissidência do A Esquerda.
Independentemente de quão complicadas as negociações de coalizão possam se tornar, o próximo governo enfrentará enormes desafios. E, dada a quantidade de tarefas, ele tem que ser formado rapidamente, avisou Merz: “O mundo lá fora não espera por nós, nem espera por longas e detalhadas conversas e negociações de coalizão.”
Segundo o líder conservador, a Alemanha precisa recuperar rapidamente sua capacidade de ação, “para que possamos estar presentes novamente na Europa e que o mundo reconheça: a Alemanha é governada de forma confiável novamente”. E para que isso dê certo, argumenta a CDU, o acordo de coalizão tem que ser elaborado como um “quadro geral”, e não como uma proposta de governo detalhada.
Rombo bilionário no Orçamento
O maior desafio do novo governo deve ser o financiamento do Orçamento. A arrecadação tributária já não basta mais para cobrir todos os custos do Estado. Despesas militares crescentes, a reforma da infraestrutura, a transição energética – tudo isso consome bilhões. A isso soma-se a maior crise econômica da Alemanha desde a reunificação.
A eleição foi a primeira desde a invasão russa da Ucrânia, em fevereiro de 2022. Desde então, o governo federal apoiou Kiev com cerca de 28 bilhões de euros. Isso faz da Alemanha o segundo maior apoiador da Ucrânia, atrás somente dos Estados Unidos.
As coisas mudaram desde que Donald Trump voltou à Casa Branca; o novo governo americano deu as costas para a Europa. De Washington chega o recado de que, daqui para a frente, cabe à Europa ajudar a Ucrânia e cuidar mais de sua própria Defesa.
Expectativas internacionais
Para o novo governo, isso significa que ele terá que definir prioridades – principalmente se a Alemanha quiser voltar a ter o peso político que a CDU invocou na campanha.
“Precisamos assumir de novo um papel de liderança na Europa; não de cima para baixo, mas com a França, com a Polônia, com uma União Europeia forte”, disse o secretário-geral da CDU, Carsten Linnemann, pouco antes da eleição à emissora ARD.
Além das iniciativas diplomáticas, isso demandará grandes esforços financeiros. O maior ponto contencioso nas negociações para a formação de um governo de coalizão deve ser de onde tirar esse dinheiro: endividamento ou corte de gastos? Há diferenças principalmente entre os conservadores e os social-democratas.
E o freio da dívida?
A Constituição alemã determina que o governo não pode gastar mais do que arrecada. Há exceções em casos emergenciais, como catástrofes naturais e grave crise econômica. SPD e Verdes dizem que é impossível evitar novas dívidas. Merz, da CDU, discorda: ele aposta no crescimento da economia e quer cortar benefícios sociais – algo inaceitável para o SPD. Já os Verdes resistem a cortes na proteção climática.
O novo Parlamento terá que assumir até 25 de março, no mais tardar. O mandato de Scholz – e portanto seu governo – termina oficialmente com a sessão inaugural do Bundestag, mas continua em caráter provisório caso não haja um novo governo até lá.

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe