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‘Apresenta ao mundo o melhor que o Brasil tem: afetividade e calor humano’, diz Fernanda Torres sobre ‘Ainda Estou Aqui’

By 3 de março de 2025No Comments
Nesta segunda-feira (3), o Jornal Nacional conversou com o diretor Walter Salles e com os atores Fernanda Torres e Selton Mello. Eles comemoraram o Oscar de melhor filme internacional. JN entrevista ao vivo Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello
Na noite desta segunda-feira (3), o Jornal Nacional conversou, diretamente de Los Angeles, com um time de vitoriosos: Walter Salles, Fernanda Torres e Selton Mello.
Pergunta: Walter, você contou que está envolvido neste projeto há sete anos. Mas, daqui de longe, a gente acompanhou a jornada de vocês nos últimos seis meses. Uma energia que contagiou o Brasil e o mundo todo. O que deu esse impulso ao filme, o que levou tanta gente ao cinema em diferentes países nessa reta final?
Walter Salles, diretor: Boa noite. Feliz de estar aqui. Primeiro, acho que a história extraordinária de Eunice Paiva, uma mulher que sozinha enfrenta uma ditadura militar e reage a um ato de violência extremo, inventando novas formas de resistência. Ou seja, uma mulher que mostra um caminho para um dia de hoje, ilumina uma possibilidade para a gente resistir hoje. Eu acho que esse foi a porta de entrada. Mas nada teria acontecido sem que esse filme fosse elevado pelas pessoas que estão aqui ao meu lado. A Fernanda, o Selton e dona Fernanda Montenegro. Eu acho que elas levaram o filme para um, enfim, para um nível que nos forçou a todos a sermos melhores do que a gente poderia ser. Então, o filme é um pouco resultado disso. E também o resultado de como ele foi abraçado por 5 milhões de brasileiros. Isso acabou repercutindo no mundo inteiro. Então, o público brasileiro é coautor desse filme também.
Pergunta: É incrível estar aqui com vocês. Parabéns, Fernanda! Eu queria fazer uma pergunta você, porque o Walter, no palco ontem, enalteceu a sua atuação e também a da sua mãe. E é impossível não pensar em Fernanda Montenegro falando nesse filme, que é um filme que trata de amor, que trata de família. Então, eu queria saber se vocês conversaram e como foi a reação dela.
Fernanda Torres, atriz: A reação da mamãe? A gente tem que pensar que esse é um filme sobre transmissão de uma experiência. A minha mãe é da mesma geração da Eunice Paiva. São duas mulheres que viveram um período muito terrível no Brasil, no mundo, que é a Guerra Fria. E elas criaram filhos que depois foram capazes de escrever livros, de atuar. Eu gosto de pensar que esse filme foi feito por duas crianças, que era o Marcelo Rubens Paiva e o Walter, que estavam naquela casa e que sofreram por tabela uma violência de Estado e que, décadas depois, criaram algo para que nunca aquela história fosse esquecida. Então, eu me sinto assim também com relação à mamãe. Eu acho que de certa forma, eu levo o legado da minha mãe adiante e fico pensando nas crianças que estão vivas hoje. Que filmes eles farão daqui a 50 anos sobre a nossa resistência hoje ao autoritarismo, aos movimentos antidemocráticos, à anti-cultura? Então, eu acho que é um filme sobre transmissão e sobre resistência ao longo do tempo.

Pergunta: Selton, lá atrás, quando vocês começaram a filmar, vocês já tinham a noção da abrangência, do alcance que esse filme teria?
Selton Mello, ator: Não, não. Na verdade, nunca. Acho que a gente nunca tem. Mas a gente tinha uma base muito bela, que é o livro do Marcelo. O livro do Marcelo é extraordinário. E o Waltinho ele viveu naquela casa, como a Nanda estava dizendo.
Então, ele tinha um olhar sobre aquela família muito pessoal. Então, a gente confiava muito nesse olhar sensível do Waltinho, de como conduz o cinema dele. E a gente sabia que daria um filme lindo contando essa história. E nós somos uma família, vivemos como uma família de fato, ali, durante um período grande, e isso foi fundamental. Foi a minha parte também nesse filme. Foi a parte solar, literalmente do filme. Então, sim, foi lindo, foi uma experiência maravilhosa. Eu acho que isso transcendeu, passou, pulou da tela e toca o coração das pessoas, porque é uma história de família no final das contas.
Pergunta: Para vocês três… Vocês estão aqui, no Jornal Nacional, ao vivo, enquanto o Brasil está celebrando esse Oscar de vocês. Como é que fica o coração nessa hora?

Selton Mello: É muito bonito de ver, porque é o nosso cinema, é muita coisa.
Walter Salles: A cultura brasileira, a música brasileira, a literatura brasileira, a partir do livro extraordinário do Marcelo e que de alguma forma acabam se misturando com a cultura que está sendo feita agora no carnaval brasileiro. Essa cultura popular, potente. E tudo isso, uma coisa só. Quando a gente saiu e viu as imagens da rua, a gente ficou completamente apaixonado por isso. E a emoção à flor da pele.
Fernanda Torres: E eu acho também… Esse trabalho, a gente está a seis meses lançando esse filme porque não era um filme que tinha um grande budget de lançamento. O que a gente fez durante esse período foi mostrar esse filme, conversar. Eu acho que… Eu me senti, pelo menos, eu acho que todos nós, como representantes do Brasil no mundo. E acho que esse filme apresenta ao mundo o melhor que o Brasil tem, que é uma afetividade, um calor humano, um estar no mundo. O (Gilberto) Gil postou uma coisa linda sobre… E a geração dele tem muito isso. Como o Brasil, como uma potência de mostrar ao mundo uma outra forma de estar no mundo. E eu me senti assim. Foi crescendo essa coisa de que a gente era um representante do país da gente e acho que o Brasil retornou. Isso é muito emocionante.
Pergunta: Só pra gente encerrar muito rapidamente, É uma pergunta que muita gente quer saber. O que vocês vão fazer nos próximos dias?
Fernanda Torres: Dormir.
Selton Mello: Dormir. Dormir, claro.
Fernanda Torres: Eu estou de óculos escuro porque, assim… Eu estou com vergonha do meu olho. São duas bolas. A gente está igual a maratonista do fim do daquela Olimpíada chegando assim, feliz da vida… Mas eu vou dormir.
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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe