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‘Carnaval de Pernambuco está mais que vivo’, celebra Alceu Valença, exaltando novos talentos da música pernambucana

By 28 de fevereiro de 2025No Comments

Cantor e compositor conversou com o g1, falou da infância e de suas influências, e comemorou o sucesso do bloco Bicho Maluco Beleza, que arrastou multidão no Recife e em São Paulo. Alceu Valença canta com Elba Ramalho no primeiro ano do bloco Bicho Maluco Beleza no Recife
Alceu Valença levou uma multidão ao bloco Bicho Maluco Beleza, no Recife no último domingo (23), mostrando a importância e a admiração que o público local dedica a ele e à sua obra. Em entrevista ao g1, o pernambucano de São Bento do Una, no Agreste de Pernambuco, falou sobre o sucesso da prévia carnavalesca, revelou a sensação de trazer o bloco para a capital e reforçou a importância de prestigiar o carnaval local.
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“O Bicho Maluco Beleza foi uma prova de que o carnaval de Pernambuco tá mais do que vivo. Você via criança no colo dos pais, você tinha todo mundo lá, cantando. Pernambuco tem que levantar a cabeça e ter orgulho” , afirmou.
Aos 78 anos, o cantor e compositor, um dos mais prestigiados do país, relembrou as referências que teve na infância morando no Recife e as influências pernambucanas que passou a conhecer devido às manifestações culturais realizadas na área central da cidade.
“É um prazer e uma honra para mim, que sou de São Bento do Una. Vim morar aqui aos sete anos, na Rua dos Palmares, perto da Visconde de Suassuna. Muitas manifestações carnavalescas passaram por ali. Ficava assistindo lá de casa ao povo passar. Eram os blocos dos caboclinhos, maracatus, blocos líricos e orquestras de frevo que iam para o centro do Recife” , lembrou.
Alceu traduziu suas experiências em suas composições, alcançando diversos públicos ao longo da carreira e levando a cultura pernambucana para diferentes países. Apesar da experiência, o artista ainda se impressiona com o alcance de suas músicas.
“Adquiri essa cultura carnavalesca de maneira absolutamente natural e isso se refletiu na minha música. Há um fenômeno que ninguém explica, nem eu e nem ninguém, que é o viral [músicas que somam diversas reproduções e compartilhamentos]. O meu viral tem sido de uma maneira que não consigo entender. ‘La Belle de Jour’ e ‘Girassol’ estão com milhões de acessos no Youtube”, contou.
Com a agenda preenchida durante o carnaval, Alceu inicia a agenda de apresentações ainda na quinta-feira (27), na abertura do carnaval de Olinda. Na sexta, será a vez do Recife, com o show do projeto Grande Encontro, no qual se junta a Elba Ramalho e a Geraldo Azevedo, no palco do Marco Zero.
Diante da variedade de atrações que se apresentam nos palcos do carnaval de Pernambuco, Alceu ressaltou a participação de novos artistas se destacando na cena musical e reforçou a importância de exaltar o legado da cultura local.
“O que eu gosto muito é da originalidade do carnaval de Pernambuco. Não vou ter preconceito com artistas que tocam outro tipo de música. Agora, no carnaval, é necessário priorizar a nossa música carnavalesca porque a gente tem esse legado. Belo Horizonte está fazendo o carnaval deles, mas eles não têm tradição. Então, fica justificável que eles coloquem o samba, um rock, até um rap, funk, tá explicado, mas a gente não”, enfatizou.
Alceu Valença no Bicho Maluco Beleza, animou multidão na Rua da Aurora, no Centro do Recife, neste domingo (23)
Reprodução/TV Globo
Para além das referências, o pernambucano também ressaltou a importância de dar oportunidade às novas gerações de artistas, unindo os mais experientes e os mais jovens.
Um dos exemplos aconteceu no domingo (23), durante o bloco Bicho Maluco Beleza, quando Alceu recebeu como convidados como Juba, Madu, Martins e Elba Ramalho, homenageada do carnaval do Recife em 2025.
“Eu primo em dar oportunidades para pessoas que vejo que têm uma relação com a nossa cultura. Madu é pernambucana, canta forró, frevo, dança frevo. Coisa que muita gente daqui deixou [de tocar] para poder imitar outras coisas. Juba canta frevo pra caramba, tem dentro da alma dele o frevo desde criança. Martins também tem essa vertente. Almério cantou Diabo Loiro maravilhosamente. Nem todo mundo tem essa pegada porque às vezes as pessoas vão por outro canto. Não tenho nada contra, mas quando vai para um outro canto, não representa a sua cultura”, analisou.
Para Alceu, a nova geração tem potencial de fazer o frevo conquistar novos espaços e aumentar o alcance de público. “Essa geração de Juba, de Madu, de Almério, de Martins e de outros, que nunca tiveram vergonha de suas origens e sempre cantaram o inconsciente coletivo do povo pernambucano”, finalizou.
Multidão se espremeu para ver Alceu Valença em estreia do bloco Bicho Maluco Beleza no Recife
Reprodução/TV Globo
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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe