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Do anonimato ao Oscar: conheça o Kadett de Fernanda Torres no filme ‘Ainda Estou Aqui’, que será leiloado

By 2 de março de 2025No Comments

Opel Kadett Super L de 1968 é idêntico ao carro do ex-deputado Rubens Paiva. Leilão terá lance inicial de R$ 200 mil. Origem do Kadett de Ainda Estou Aqui
Ele nasceu na Alemanha em 1968, mas foi transportado por navio até uma terra quente que o recebeu de braços abertos. Sobreviveu às evoluções tecnológicas e resistiu ao tempo. Mas, aos 57 anos, vive o auge da fama depois de fazer parte de um elenco que concorre ao Oscar.
O Opel Kadett Super L dirigido por Fernanda Torres no filme Ainda Estou Aqui é uma joia rara, que simula o mesmíssimo carro que pertenceu à família do ex-deputado Rubens Paiva nos anos 1970.
O g1 viu o carro de perto. O Kadett é do empresário Fábio Martins, proprietário da empresa Veículos em Cena, uma locadora de carros clássicos para produções audiovisuais como filmes, novelas, séries e curtas-metragens.
Após a participação no filme, que agora concorre a três estatuetas do principal prêmio do cinema, o carro será leiloado no dia 22 de março, com lance inicial de R$ 200 mil.
Cena do ator Selton Mello com o Opel Kadett
Globoplay
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Opel Kadett
Os primeiros modelos do Kadett saíram da fábrica da marca alemã Opel, subsidiária da General Motors, em 1936. O propósito do modelo era ser acessível. Em 1938, surgiu uma versão esportiva com carroceria roadster.
O estilo cupê faria grande sucesso no Brasil na década de 1990, quando foi vendida a sexta geração do carro por aqui.
Opel Kadett Roadster 1938
Divulgação | Opel
A produção do carro chegou a ser interrompida em 1940 devido à Segunda Guerra Mundial. Ao fim do conflito, a Opel voltou a produzir a segunda geração do Kadett em 1962.
Confira as gerações do carro:
1936 – 1940: Kadett I;
1938 – 1940: Kadett Roadster;
1962 – 1965: Kadett A;
1965 – 1973: Kadett B;
1973 – 1979: Kadett C (comercializado no Brasil como Chevrolet Chevette de 1973 a 1993);
1979 – 1984: Kadett D;
1984 – 1995: Kadett E (vendido no Brasil de 1989 a 1998).
O carro descrito no livro “Ainda Estou Aqui”, obra literária que deu origem ao filme de Walter Salles, é da terceira geração, produzida de 1965 a 1973. No caso do modelo da família de Eunice Paiva, 1968 foi o ano de fabricação.
Apesar do visual esportivo de cupê, o carro não tinha um motor muito potente. Era equipado com um motor 1.1 de 60 cv de potência e 8,6 kgfm de torque. A transmissão era manual de quatro velocidades.
Desta geração de Kadett, havia a possibilidade de adquirir até oito carrocerias distintas, variando entre perua, sedã, fastback e cupê, todos de duas ou quatro portas.
Opel Kadett de 1968 era vendido em oito configurações distintas
Imagem da internet
O carro do Oscar
Fabio Martins começou a carreira como mecânico de veículos pesados, mas foi ao fazer um favor para um amigo que mudou de vida.
“Um amigo me pediu para levar um caminhão dele para a gravação de um comercial. Ele tinha muita confiança em mim e depois já me pediu para levar outro veículo para uma novela da Globo. Entrei no ramo, comprei alguns carros, restaurei e hoje só trabalho com isso”, diz Martins.
Fábio é o fundador da empresa Veículos em Cena, que conta com mais de 40 modelos em seu portfólio. “Eu não ando com carro de gravação. Eles são preparados, vão para a filmagem de guincho, fazemos o trabalho e depois voltam de guincho”, conta o empresário.
Fernanda Torres dirigiu o Opel Kadett em algumas cenas de ‘Ainda Estou Aqui’
Globoplay
Com todo esse cuidado, Martins começou a ganhar relevância na indústria do cinema e seus carros se tornaram referência. Ao saber que a produção do filme estava buscando por um Opel Kadett 1968 cupê, Fabio começou a procurar seus contatos.
Foi assim que o empresário descobriu um colecionador no Paraná que tinha o carro e partiu em busca da compra. Era a única chance de adquirir o carro para a gravação, uma vez que o modelo é raro e já não se encontrava mais, em 2023, ofertas do automóvel em sites de compra e venda na internet.
“Quando cheguei lá, o carro não estava à venda. Foram dois dias de convencimento até que eu finalmente consegui comprar o carro”, explica Martins. “Não falei que o carro era para um filme e muito menos que ia ter que mexer na cor do carro. Se eu contasse, talvez ele desistisse de vender. Contei apenas que eu precisava do carro porque tinha um parente que tinha tido um modelo igual”, continua.
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O Opel Kadett adquirido por Fábio, contudo, era amarelo. Era preciso mudar a cor do carro para vermelho para ficar igual ao que Rubens Paiva teve. Com a experiência de sua época de mecânico, Martins desmontou o carro e contratou um pintor para aplicar a nova cor.
Foram sete meses em gravações, e o resultado não poderia ser melhor: Ainda Estou Aqui já ganhou 38 prêmios até agora e está concorrendo em três categorias do Oscar: Melhor Filme, Melhor Filme Estrangeiros e Melhor Atriz. Fernanda Torres, que interpreta Eunice Paiva, já ganhou o Globo de Ouro de Melhor Atriz pela atuação.
O empresário, que acompanhou parte das gravações, ressalta que o trabalho de todos foi fundamental para o resultado do longa-metragem e que não esperava tanta repercussão.
“A gente não tem ideia do que ia se transformar aquele filme quando gravamos. Não imaginava em momento nenhum que daria essa explosão no mundo inteiro. O filme está sendo aclamado internacionalmente. Estou na torcida para ver o que vai rolar”, relata.
“Por trás, tem uma equipe gigantesca que trabalhou maravilhosamente. A turma fez de tudo para esse filme ser o que é, inclusive tem um pouco do meu trabalho ali”, finaliza.
Opel Kadett L Super 1968 tem motor 1.1 de 60 cv e 8,6 kgfm de torque
g1 | Rafael Leal

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe