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Histórias que cantam: hit do É O Tchan é a junção de duas músicas e tem alerta sobre gravidez na adolescência

By 25 de fevereiro de 2025No Comments

Nesta série, o g1 conta os bastidores de composições que marcaram o Carnaval de Salvador. Escrita por Cisisnho, Bieco e Cau Lima, canção se tornou o maior sucesso do grupo “É O Tchan”. Hit do É O Tchan é a junção de duas músicas e tem alerta sobre gravidez na adolescência
Quem foi criança ou adolescente no final dos anos 90 provavelmente sabe de “cor e salteado” a coreografia da música conhecida como “Segura o Tchan”. A canção lançada em 1995 fez com que a banda, na época chamada de Gera Samba, explodisse em todo o Brasil. O que muitos não sabem é que, na verdade, a junção de outras duas composições deu início à um dos maiores fenômenos musicais do país.
“Pau Que Nasce Torto/ Melô Do Tchan” são, originalmente, duas músicas diferentes: “Pau Que Nasce Toroto”, de Cau Lima, e “Melô do Tchan”, de Cissinho e Bieco. Todos eles faziam parte de grupos de samba. Bieco e Cau eram vizinhos no bairro do Uruguai, mas essa é apenas uma coincidência, pois as músicas não foram feitas em conjunto.
A primeira parte da canção foi escrita por Cau Lima, que na época tocava na banda Samba Eles. O compositor contou que já escrevia letras para quadrilhas juninas e depois passou a compor também sambas. A inspiração para o famoso verso “pau que nasce torto, nunca se endireita” ocorreu justamente durante um desses shows de samba.
“A ideia surgiu de tanto ver as mulheres sambando nos pagodes dos anos 90, elas não ligavam para quem olhasse. Aí decidi associar ao ditado popular”, contou.
Uma das dúvidas que surge em quem escuta a música é porquê “domingo ela não vai”. Segundo Cau, a letra original não citava o dia de semana, mas sim “comigo ela não vai”. Quando a composição passou para a [então] Gera Samba, os cantores entenderam “domingo” ao invés de “comigo” e decidiram manter a alteração — ou seja, todos estão liberados para segurar o tchan qualquer dia da semana.
Grupo Pagode Versado
Arquivo pessoal
A segunda parte da canção é obra de Cissinho e Bieco. A ideia da letra surgiu ao observar o comportamento das jovens, que passavam a frequentar mais festas, muitas vezes escondidas dos pais. Eles também percebiam que muitas adolescentes acabavam engravidando muito cedo, e quis aproveitar para fazer um alerta.
“A ideia era passar esse cuidado, para não rolar uma gravidez precoce, indesejada. Por isso o ‘depois de nove meses você vê o resultado'”, explicou Cissinho.
Essa foi a segunda composição que ele escreveu na vida e, quando mostrou a letra para um dos integrantes do grupo de samba que fazia parte, o Pagode Versado, recebeu uma bronca. Para o colega, a canção não era boa.
Foi um músico que tocava cavaquinho que disse que “a música dava um caldo” e o incentivou a não desistir de inserir no repertório. Quando a banda passou a tocar o “segura o tchan, amarra o tchan”, a música estourou na cena do samba baiano.
Gera Samba, que fazia sucesso também no reduto do gênero e tinha público cativo nas rodas realizadas na região da Península de Itapagipe, ficou sabendo da repercussão e demonstrou interesse em gravar a música.
“Só que Beto Jamaica achou a letra curta e quis dar uma aumentada, então juntou com ‘Pau Que Nasce Torto'”, relembrou Cissinho.
Carla Perez, Jacaré e Débora Brasil eram dançarinos do É o Tchan nos anos 1990
Divulgação
Com Gera Samba, “Pau Que Nasce Torto/Melô Do Tchan” ganhou coreografias feitas por Jacaré e pelas dançarinas Carla ´Perez e Débora Brasil, que depois ficaram conhecidas como Loira e Morena do Tchan. Depois, quando a banda precisou mudar o nome por questões de registro, não houve dúvida no batismo: É O Tchan.
As canções que viraram o sucesso número um do grupo também mudaram as vidas dos compositores, que levam com orgulho a história de duas músicas despretensiosas, em princípio, mas que juntas, deram vida a um dos maiores clássicos da música baiana.
“A primeira vez que ouvi essa música no carnaval, não acreditei. E ver essa música sendo tocada até hoje, sendo sucesso eternamente, é o sonho de qualquer compositor. Então eu sou muito grato e orgulhoso”, disse Cau Lima.
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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe