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Justiça torna réus 12 envolvidos em investigação ligada a delator do PCC, sendo 8 policiais

By 27 de fevereiro de 2025No Comments

Além disso, esposa de policial civil acusado de ligação com PCC no caso teve pedido de prisão decretada. Segundo investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado, acusados atuavam com a facção criminosa e usavam estrutura do Estado para favorecê-la. Antônio Vinicius Lopes Gritzbach foi morto na sexta-feira (8) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
Reprodução/TV Globo
A Justiça de São Paulo tornou rés nesta sexta-feira (27) 12 pessoas, sendo oito policiais civis, por envolvimento com o Primeiro Comando da Capital, lavagem de dinheiro, tráfico, corrupção e diversos outros crimes. A investigação tem ligação com Vinicius Gritzbach, delator do PCC que foi executado no ano passado.
Além disso, a esposa de um policial civil também acusado de envolvimento com o caso. Áudios obtidos pelo g1 mostram que Danielle Bezerra dos Santos, casada com o investigador de polícia Rogério de Almeida Felício, o Rogerinho, tinha pleno conhecimento das atividades criminosas do marido.
O Ministério Público havia denunciado os 12 envolvidos na última sexta-feira (21). Segundo a investigação do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), os acusados atuavam em conluio com o Primeiro Comando da Capital (PCC), usando a estrutura do Estado para favorecer a facção criminosa.
Além da denúncia, o MP pediu que os acusados paguem ao menos R$ 40 milhões em razão do “dano causado pelos crimes cometidos, bem como ao ressarcimento por dano moral coletivo e dano social”.
O documento aponta a existência de um esquema criminoso envolvendo policiais civis e empresários que usavam a estrutura do Estado para obter vantagens ilícitas. Segundo o MP, delegados e investigadores se uniram a criminosos para transformar órgãos como a Polícia Civil em instrumento de enriquecimento ilícito e proteção ao crime organizado.
De acordo com o MP, o esquema consistia em uma “relação simbiótica” entre os agentes públicos e “empresários do crime”:
Enquanto os policiais garantiam a impunidade de criminosos e desviavam investigações, os “particulares” enriqueciam com atividades ilegais.
A atuação do esquema na organização criminosa não se limitava a corrupção e lavagem de dinheiro. Os envolvidos também praticavam tráfico de drogas, homicídios e sequestros. Um dos exemplos citados na denúncia é o assassinato do empresário Antônio Vinícius Gritzbach, morto a tiros em plena luz do dia no Aeroporto de Guarulhos, colocando a vida de milhares de pessoas em risco.
Segundo o documento, Vinicius Gritzbach delatou alguns dos denunciados.
Agora, a Justiça de São Paulo deve decidir se aceita ou não a denúncia do Ministério Público contra os acusados para o prosseguimento das investigações.
Denunciados pelo Ministério Público
Ademir Pereira de Andrade
Ahmed Hassan Saleh
Eduardo Lopes Monteiro (investigador da Polícia Civil)
Fabio Baena Martin (delegado da Polícia Civil)
Marcelo Marques de Souza (investigador da Polícia Civil)
Marcelo Roberto Ruggieri (investigador da Polícia Civil)
Robinson Granger de Moura
Rogerio de Almeida Felicio (policial civil)
Alberto Pereira Matheus Junior (delegado da Polícia Civil)
Danielle Bezerra dos Santos
Valdenir Paulo de Almeida (policial civil)
Valmir Pinheiro (policial civil)
A TV Globo procurou os citados na denúncia do MP, mas não conseguiu contato até a última atualização desta reportagem.
Execução no Aeroporto Internacional de SP
Vinicius Gritzbach foi morto em 8 de novembro, quando estava no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos.
O empresário do ramo imobiliário era investigado por lavar dinheiro do PCC e havia feito um acordo de delação premiada com o Ministério Público para não ser condenado por associação criminosa. Responderia somente pela corrupção.
Em troca, Gritzbach revelou os nomes das pessoas ligadas à facção criminosa e à polícia que extorquiram dinheiro dele. Essa investigação está sendo feita pela Polícia Federal (PF).
A apuração sobre o assassinato do empresário é conduzida pela Polícia Civil, especificamente pelo Departamento Estadual de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP).
Emilio Carlos Gongorra Castilho, conhecido como “Cigarreira”, é apontado pela polícia como o principal mandante do assassinato de Vinicius Gritzbach.
A Justiça decretou a prisão preventiva de “Cigarreira” a pedido da polícia e do Ministério Público (MP), e ele é considerado foragido pelas autoridades. Segundo a investigação do DHPP e da Promotoria, Emilio contratou policiais para executarem a tiros Gritzbach.
Um motorista de aplicativo que estava dentro do aeroporto foi atingido por acaso por uma bala perdida e também morreu. Câmeras de segurança gravaram o crime (veja vídeo nesta reportagem).
Quem é Cigarreira
Polícia de SP diz que assassinato de Vinicius Gritzbach está solucionado
De acordo com a força-tarefa criada pela Secretaria da Segurança Pública (SSP) para investigar os homicídios, “Cigarreira” é um traficante de drogas com relações comerciais com duas facções criminosas: o Primeiro Comando da Capital, em São Paulo, e o Comando Vermelho (CV), no Rio de Janeiro.
Entre 2008 e 2010, quando PCC e CV mantinha relações criminosas de comércio, “Cigarreira” negociava drogas e até armas entre as duas facções. Em 2017, o acordo entre eles terminou.
“Cigarreira” chegou a ser preso em 2008 pela Polícia Federal (PF). Em 2014, ele e outros investigados por envolvimento com o PCC foram condenados pela Justiça a oito anos de prisão cada um, por tráfico de drogas, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Atualmente, ele estava em liberdade.
Ainda segundo a investigação, “Cigarreira” e seu amigo, Diego do Amaral Coelho, o “Didi”, são os mandantes da execução de Gritzbach. As autoridades dizem que ambos decidiram matar o empresário por vingança, dívida e traição.
Segundo os investigadores, “Cigarreira” e “Didi” desconfiavam que Gritzbach havia contratado um matador de aluguel para assassinar Anselmo Becheli Santa Fausta, o “Cara Preta”, e seu motorista, Antonio Corona Neto, o “Sem Sangue”. Os dois eram integrantes do PCC e foram mortos a tiros em 2021 porque Anselmo estaria cobrando R$ 100 milhões que Gritzbach estaria devendo a ele.
O empresário foi levado a um “tribunal do crime”, nome dado a reunião de criminosos para “julgar” divergências internas da facção. Gritzbach negou a acusação e foi inocentado pelos demais parceiros do Primeiro Comando da Capital.
A própria Justiça, no entanto, havia tornado o empresário réu como mandante dos homicídios de “Cara Preta” e “Sem Sangue”. Gritzbach respondia ao processo em liberdade. Isso levou “Cigarreira” e “Didi” ao plano de matarem o desafeto.
Caso está esclarecido
A polícia de São Paulo identificou o suspeito de mandar matar Vinicius Gritzbach, delator do PCC
De acordo com a delegada Ivalda Aleixo, diretora do DHPP, a decisão de executarem Gritzbach foi unilateral de dois criminosos ligados ao Primeiro Comando da Capital, mas não foi uma ordem direta e conjunta da facção.
“O “Cigarreira” é o principal articulador por vingança da morte do amigo Anselmo [o “Cara Preta”], que o auxiliou a crescer no mundo do crime. E também por por ter perdido dinheiro e imóveis para Vinícius, que também poderia citar seu nome em possível delação que podia fazer”, disse o delegado Rogério Barbosa, do DHPP.
Na opinião do delegado Osvaldo Nico Gonçalves, secretário-executivo da Secretaria da Segurança Pública (SSP), o caso Gritzbach está esclarecido com a identificação dos dois mandantes e dos executores do crime.
“Dentro de 10 a 15 dias o inquérito será concluído e relatado à Justiça com os devidos indiciamentos dos investigados pelos homicídios”, falou Nico.
Mandantes e executores
Infográfico mostra áreas do corpo de Antônio Vinicius Gritzbach atingidas por tiros
g1
“Cigarreira” costuma usar nomes e documentos falsos para se esconder. Além dele, “Didi” teve a prisão decretada pela Justiça e está sendo procurado pelas autoridades.
Kauê do Amaral Coelho, sobrinho de “Didi”, também está foragido. Ele é apontado como o “olheiro” do grupo criminoso que decidiu matar o empresário. Sua missão foi seguir Gritzbach e avisar os comparsas da chegada dele ao aeroporto. A SSP está oferecendo uma recompensa de R$ 50 mil para quem tiver informações que levem ao paradeiro e à prisão de Kauê.
Segundo a investigação, “Cigarreira” e “Kauê” podem estar escondidos no Complexo da Penha, na capital fluminense. “Didi” teria fugido para a Bolívia. O DHPP analisa a possibilidade de pedir autorizações judiciais e conversar com as polícias carioca e boliviana para tentar capturar os foragidos.
De acordo com a polícia, os homens contratados pelos mandantes para matarem a tiros Gritzbach são dois policiais militares: o cabo Denis Antonio Martins e o soldado Ruan Silva Rodrigues. Fernando Genauro da Silva, tenente da Polícia Militar é apontado como o motorista do carro que ajudou os executores a fugir. Os três agentes da PM estão presos pelos homicídios no aeroporto.
Policiais presos
Cinco policiais indiciados por extorsão de Gritzbach
Além dos seis investigados diretamente no plano da execução de Gritzbach, a força-tarefa prendeu 17 PMs que faziam a escolta particular do empresário. A corporação proíbe seus agentes de fazerem segurança privada, ainda mais para alguém ligado ao PCC. Dez dos policiais militares foram indiciados pela Corregedoria da PM por suspeita de envolvimento com o crime organizado.
Ainda nos desdobramentos do caso Gritzbach, outros cinco policiais civis delatados pelo empresário por corrupção foram presos pela Polícia Federal. São eles: o delegado Fabio Baena e os investigadores Eduardo Monteiro; Marcelo Ruggieri, o “Xará”; Marcelo Souza, o “Bombom”; e Rogério Felício, o “Rogerinho”. A PF indiciou todos por extorsão.
O empresário havia dito que os policiais cobraram R$ 40 milhões dele para não incriminá-lo pelos assassinatos de “Cara Preta” e “Sem Sangue”. E que depois, mesmo se ele tivesse pago R$ 60 milhões, os agentes o responsabilizariam pelo crime porque “Cigarreira” o acusou pelos homicídios à polícia.
Além deles, foram presos pelas autoridades o advogado Ahmed Saleh, o “Mudi”, e os empresários Robinson Moura, o “Molly”, e Ademir Pereira de Andrade. A namorada de Kauê, a modelo Jacqueline Moreira, também foi detida. Eles são investigados por suspeita de organização criminosa no caso Gritzbach porque teriam colaborado com os mandantes e executores do crime.
No total, ao menos 26 pessoas já foram presas durantes as investigações do caso Gritzbach, segundo a Secretaria da Segurança Pública.
O g1 tenta localizar as defesas dos citados para comentarem o assunto.

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe