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Nem Rio nem Salvador: foliões de cidades com carnavais tradicionais escolhem curtir festejos em SP

By 4 de março de 2025No Comments

O g1 conversou com foliões improváveis que decidiram inverter o fluxo para ‘começar o ano’ festejando em solo paulistano. Foliões deixam Rio e Salvador de lado para curtir carnaval em SP
Para além da polêmica de que o maior carnaval do Brasil seria o de São Paulo, como afirmou o prefeito Ricardo Nunes (MDB) em fevereiro, alguns moradores de cidades com folias tradicionalíssimas escolheram conhecer a folia das terras paulistanas.
O g1 conversou com pessoas que vão sair de Salvador e do Rio de Janeiro para curtir o carnaval deste ano na capital paulista.
Loucura de amor
Yago Rozante curtindo a noite carioca
Arquivo pessoal
O DJ Yago Rozante precisou de um ótimo motivo para pensar em sair da capital fluminense e vir a São Paulo pela primeira vez na vida.
“Eu conheci uma pessoa faz um tempinho, e a gente se apaixonou… Ele mora em São Paulo, aí eu vou passar o carnaval e vou conhecê-lo. Estou muito feliz com a viagem. É meio que uma loucura, mas estou muito animado”, contou.
“O carnaval no Rio é perfeito, mas eu estou abrindo mão disso para viver uma história que eu estou muito a fim de viver. Mas acho que, se você quer curtir um carnaval que é mais tradicional, Recife, Rio e Salvador são mais interessantes”, apontou o músico.
Mas ele garantiu que não ficou tão triste com a troca: “Estou animado para conhecer, não vou descartar a ideia de ser bom, sabe?”
Sem tempo para preparar fantasias, Yago disse que pretende resolver tudo em solo paulistano: “Meus amigos conhecem mais a cidade e vão me levar aos lugares certos”.
Sonho de menina
Carolina Lopes desfilando em 2024 pelo Paulistanos da Glória, do Butantã
Arquivo pessoal
Apaixonada por desfiles desde a infância, a auxiliar de loja Carolina Lopes realizou o sonho de assistir às apresentações no Anhembi em 2023 e, desde então, não conseguiu mais ficar de fora.
Desde pequena, Carolina acompanhava o carnaval de São Paulo pela televisão, porque o Grupo Especial saía no Anhembi no mesmo dia em que rolava o Grupo de Acesso no Rio.
“Sexta e sábado eu ficava superansiosa. Eu, criança, ficava ansiosa para ver as escolas. O que me faz ir para o Anhembi justamente é aquela Carol menina que ficava vendo em casa, que nunca podia ir. Mas que agora pode e agora eu consigo aproveitar e também as amizades que estão ali comigo, isso conta muito”, declarou.
Outro ponto que chamou sua atenção foi a qualidade dos desfiles. “Achava os carros de São Paulo bonitos na TV, mas, quando vi de perto, fiquei deslumbrada. Eles são muito grandes. No Rio, por conta do viaduto, os carros precisam ser menores.”
Apesar de reconhecer a tradição da festa no Rio, Carolina percebeu uma mudança de mentalidade entre os cariocas em relação ao carnaval paulista:
“Antigamente, havia muito preconceito. Muita gente falava besteira sem nem assistir aos desfiles. Hoje, vejo que já há um respeito maior e muitas pessoas do Rio têm uma escola do coração em São Paulo. Quem ganha com isso é o carnaval brasileiro.”
Paixão que virou trabalho
Cleiton em desfile no Rio de Janeiro
Arquivo pessoal
Cleiton Almeida, professor na Escola de Belas Artes da UFRJ, vai passar o carnaval em São Paulo não só pelo amor à cultura, mas também porque a folia virou trabalho em sua vida.
Natural de Rondônia, ele criou uma relação especial com os desfiles das escolas paulistanas ao assistir às transmissões pela televisão durante a infância. “A primeira vez que fui a um desfile foi em São Paulo, por causa de amizades.”
Mesmo morando em solo carioca há dez anos, Cleiton manteve a conexão com SP. “Quando fui para o Rio, acabei me distanciando um pouco de São Paulo, porque fui conhecer o carnaval de lá, da Sapucaí. Mas o afeto, tanto pelas escolas quanto pelos amigos, permaneceu”, afirma.
Tanto que neste ano ele vai desfilar e trabalhar pela Acadêmicos do Tucuruvi. “Já tive várias experiências trabalhando com adereços no barracão, fantasias, alegorias. Já desenhei para carnavalescos e, mais recentemente, escrevi enredo. Vim um pouco antes para ajudar no barracão da Tucuruvi, fazendo adereços e composição de carros.”
Para Cleiton, comparar os carnavais de Rio e São Paulo não faz sentido:
“Acho uma bobeira. Os dois são grandiosos e têm suas histórias e modos de fazer carnaval. Não acho que São Paulo precise melhorar para ‘chegar ao nível’ do Rio. São carnavais diferentes, com modos distintos de pensar.”
Apaixonada por experiências
Patrícia Éveli curtindo o carnaval em Salvador
Arquivo pessoal
Acostumada com a folia em diversos destinos nordestinos, mas principalmente em Salvador, sua cidade natal, a servidora pública Patrícia Éveli decidiu fazer diferente neste ano: trocar os megablocos e camarotes da capital baiana pelo carnaval de rua e pelo desfile no Sambódromo em São Paulo.
“Eu queria há muito tempo ver as escolas de samba, mas nunca tinha conseguido viver isso. Gosto muito dos bloquinhos, das bandinhas de fanfarra, aqueles blocos menores”, contou.
A escolha pela capital paulista também foi motivada pela chance de rever familiares. Por aqui, ela tem família tanto na Grande São Paulo quanto no interior.
Para viver a experiência do carnaval na pele e no pé, ela escolheu a Acadêmicos do Tucuruvi, mas não vai perder a chance de ferver nos blocos durante o dia.
“Vou aos bloquinhos durante o dia e, à noite, no sábado, eu saio na Tucuruvi. Eles têm um samba-enredo sobre os povos originários, do manto Tupinambá. Acho que essa vai ser a maior surpresa do carnaval”, afirmou.
Mesmo empolgada com a nova experiência, Patrícia não esconde que vê diferenças entre as festas. “São Paulo é uma cidade muito grande, mas eu não acredito que a gente tenha uma vivência carnavalesca nem parecida com a de Salvador. O carnaval de Salvador e de Recife têm uma cultura e uma história de longevidade que fizeram deles os maiores”.

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe