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STF começa a julgar nesta sexta regras do foro privilegiado; entenda o que está em jogo

By 28 de fevereiro de 2025No Comments
Oito ministros já votaram, e há maioria favorável a uma nova tese. O novo entendimento prevê que crimes cometidos no exercício da função pública continuarão sendo julgados pelo STF, mesmo depois de a autoridade deixar o cargo. O Supremo Tribunal Federal (STF) retoma nesta sexta-feira (28) um julgamento que pode ampliar o alcance do foro privilegiado para autoridades públicas. O tema foi suspenso em setembro de 2023 após um pedido de vista do ministro Nunes Marques e será analisado no plenário virtual da Corte até o dia 11 de março.
Oito ministros já votaram, e há maioria favorável a uma nova tese, que prevê que crimes cometidos no exercício da função pública continuem sendo julgados pelo STF mesmo depois de a autoridade deixar o cargo. Hoje, a regra estabelece que, ao fim do mandato, o caso desce para instâncias inferiores.
A proposta foi apresentada pelo ministro Gilmar Mendes e já conta com o apoio de Flávio Dino, Dias Toffoli, Cristiano Zanin, Alexandre de Moraes e Luís Roberto Barroso. Por outro lado, André Mendonça e Edson Fachin divergiram e defendem manter a atual interpretação da prerrogativa de foro. Ainda faltam votar Nunes Marques, Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Supremo forma maioria para aumentar o foro privilegiado para políticos
O que pode mudar?
Se confirmada a nova tese, o STF continuará responsável por julgar crimes cometidos durante o exercício do mandato e relacionados à função pública, independentemente de o investigado ainda ocupar o cargo. Isso significa que políticos e autoridades não poderão mais renunciar ou deixar o posto para evitar que seus casos continuem na Suprema Corte e sejam transferidos para juízes de primeira instância.
O objetivo, segundo ministros favoráveis à mudança, é evitar que investigados usem recursos processuais para arrastar os processos e levá-los à prescrição — ou seja, quando o tempo máximo para punição expira.
A nova tese proposta por Gilmar Mendes é a seguinte:
“A prerrogativa de foro para julgamento de crimes praticados no cargo e em razão das funções subsiste mesmo após o afastamento do cargo, ainda que o inquérito ou a ação penal sejam iniciados depois de cessado seu exercício.”
Ou seja, políticos e autoridades que cometerem crimes ligados ao exercício do cargo continuarão sendo julgados pelo STF, mesmo que deixem a função antes da conclusão do processo.
Essa interpretação já foi aplicada pelo ministro André Mendonça para manter na Corte a investigação por assédio sexual contra o ex-ministro dos Direitos Humanos Silvio Almeida, mesmo após ele ter deixado o governo.
O que é o foro privilegiado?
O foro privilegiado (ou foro por prerrogativa de função) é um direito garantido pela Constituição para que certas autoridades públicas sejam julgadas diretamente por tribunais superiores, em vez da primeira instância da Justiça.
Por exemplo, o presidente da República é julgado pelo STF, enquanto governadores são julgados pelo Superior Tribunal de Justiça (STJ). Deputados federais, senadores, ministros de Estado e outras autoridades também têm foro especial, cada um em instâncias diferentes.
Esse mecanismo foi criado para evitar pressões indevidas sobre figuras públicas e garantir que seus julgamentos sejam feitos por tribunais colegiados, considerados mais experientes e menos sujeitos a influências locais.
Como é a regra atual?
Desde 2018, o STF estabeleceu que:
✔ O foro privilegiado vale apenas para crimes cometidos durante o exercício do cargo e relacionados à função pública;
✔ Quando um político perde o mandato, o caso é transferido para a primeira instância;
✔ Se o processo já estiver em fase avançada (com provas coletadas e alegações finais apresentadas), ele continua no STF até o julgamento final.
Essa mudança reduziu o alcance do foro privilegiado, restringindo a atuação do Supremo a crimes estritamente ligados à atividade pública dos políticos e autoridades.
Por que o tema voltou ao STF?
A proposta foi levantada no julgamento de dois casos concretos:
1️⃣ O senador Zequinha Marinho (Podemos-PA) pediu para que uma denúncia contra ele, apresentada na Justiça Federal, fosse enviada ao STF.
2️⃣ A ex-senadora Rose de Freitas (MDB-ES) tentou encerrar uma investigação contra ela por corrupção passiva, fraude em licitação, lavagem de dinheiro e organização criminosa.
O ministro Gilmar Mendes, relator dos dois casos, propôs a nova interpretação para que crimes funcionais sigam no STF, mesmo após a autoridade deixar o cargo. Ele argumenta que a regra atual permite que investigados escapem do julgamento ao renunciar ou não se reelegerem.
“O parlamentar pode, por exemplo, renunciar antes da fase de alegações finais para forçar a remessa dos autos a um juiz que, aos seus olhos, é mais simpático aos interesses da defesa”, disse Mendes.
O ministro Flávio Dino, que acompanhou Gilmar Mendes, sugeriu um complemento:
“Em qualquer hipótese de foro por prerrogativa de função, não haverá alteração de competência com a investidura em outro cargo público ou sua perda, prevalecendo o foro cabível no momento da instauração da investigação.”
Quem é contra a mudança?
Os ministros André Mendonça e Edson Fachin votaram contra a ampliação do foro. Eles defendem a regra atual e argumentam que a prerrogativa de foro deve terminar quando a autoridade deixa o cargo, pois essa é a lógica do mecanismo.
Para Mendonça, permitir que ex-autoridades continuem sendo julgadas pelo STF desvirtua o princípio do foro privilegiado, que existe apenas para garantir a independência no exercício da função pública.
O que acontece agora?
O julgamento foi retomado em sessão virtual e seguirá até o dia 11 de março. O ministro Nunes Marques, que pediu vista no ano passado, deve apresentar seu voto. Ainda faltam os votos de Cármen Lúcia e Luiz Fux.
Se não houver um novo pedido de destaque (que levaria a análise para uma sessão presencial), a decisão valerá para todos os casos em andamento no STF.
Caso a tese de Gilmar Mendes seja confirmada, o Supremo passará a julgar crimes funcionais cometidos por políticos e autoridades mesmo depois de deixarem seus cargos, aumentando o alcance do foro privilegiado.

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

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Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

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Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe