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Subsecretária que montou blitz contra Lula: “Menos votos no 9”

By 22 de fevereiro de 2025No Comments

Diversas mensagens da delegada Marília Ferreira Alencar, ex-subsecretária de Segurança Pública do Distrito Federal, serviram como provas para que ela fosse denunciada pela Procuradoria-Geral da República (PGR) por organizar diversas blitze e impedir que eleitores do PT chegassem às seções de votação em 2022. A mulher apontava os locais onde o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) tinha maiores votações: “[Em] Belford Roxo (RJ), o prefeito é vermelho. Precisa reforçar PF. “Menos 25.000 votos no 9 [nine, como se referiam a Lula]”.

De acordo com a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR), a delegada da Polícia Federal (PF) agiu em uma organização criminosa para manter o ex-presidente Jair Bolsonaro no poder. Antes de alçar à alta cúpula da SSP no DF, Marília era diretora de Inteligência do Ministério da Justiça durante a gestão de Anderson Torres e, em 2022, foi uma das responsáveis por articular a organização de blitze pelo país.

Segundo a PGR, as intenções de interferir no voto popular ficaram mais claras em um grupo formado por Fernando de Souza e o coordenador de operações Leo Garrido, que apesar de citado não foi denunciado neste momento pela PGR.

Com o nome “Em off” no grupo, Marília comenta sobre o levantamento solicitado apontando redutos lulistas do país. Em conversas com outros denunciados, a delegada também demonstrou o interesse em dificultar o acesso dos eleitores petistas às zonas eleitorais.

“Pelotas (RS) Pelotas foi 52×36 [%] pro Lula. 202 mil habitantes”, enviou. “Os caras têm que rodar essas bases”. Em resposta, Fernando falou para enviar equipes ao Rio Grande do Sul, que conta com eleitores do PT no estado.

Em 16 de outubro de 2022 – 15 dias antes do segundo turno – Garrido anunciou no grupo que finalizou os planos para a Bahia, Ceará e Pernambuco. Estados nordestinos que concentravam grande número de votos no candidato do PT.

Em mais de uma situação, mensagens foram trocadas demonstrando o interesse em intervir nas eleições, conforme consta em denúncia da PGR.

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Trecho de conversa citada em denúncia

Trecho de conversa citada em denúncia
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Trecho de conversa citada em denúncia

Arte/Metrópoles

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Trecho de conversa citada em denúncia

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Trecho de conversa citada em denúncia

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Trecho de conversa citada em denúncia

Arte/Metrópoles

Ainda no dia do primeiro turno das eleições, em 2 de outubro, Marília Alencar envia uma mensagem para o delegado da PF e colega no Ministério da Justiça, à época, Fernando de Souza, dizendo que deviam pensar em uma ofensiva quanto às pesquisas. Fernando era, na época, diretor de operações do MJ.

“Está claro o desvio de finalidade das ações policiais do grupo, orientadas ao propósito comum dos integrantes da organização criminosa de impedir, também mediante o emprego de atitudes de força, que o candidato agora denunciado fosse afastado do Poder”, informou a PGR.

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Delegado da PF Fernando de Sousa foi denunciado por aderir tentativa de golpe de Estado

Anderson Torres
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Marília é delegada da Polícia Federal

Foto: Breno Esaki/Metrópoles

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Delegado da PF Fernando de Sousa foi denunciado por aderir tentativa de golpe de Estado

Foto: Breno Esaki/Especial Metrópoles

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Anderson Torres

Vinícius Schmidt/Metrópoles

“Esses e tantos outros diálogos revelam intensa coordenação de estratégias para interferência no pleito. As investigações revelaram, afinal, uma forte rede de comunicações desenvolvida pelos denunciados, com evidências de reuniões e decisões tomadas para garantir, por meio de ações conjuntas, apoiadas na força até policial, a vitória de Jair Bolsonaro. A análise das comunicações confirma o esforço incessante, crescente e coordenado para manipular o processo eleitoral – não somente pelas narrativas infundadas de fraude, mas também pelo empenho de força material impeditiva do acesso de presumidos eleitores do adversário às urnas temidas”, completou.

Planilhas

As planilhas analisadas pelos grupos forneceram dados sobre o número de votos recebidos por candidatos no primeiro turno das eleições presidenciais de 2022 em cada Município do Brasil. “Essas informações foram essenciais para a criação do painel de Business Intelligence (BI) solicitado por Marília Alencar”.

De acordo com a PGR, “as diretrizes manifestamente ilícitas construídas pelos denunciados foram acolhidas por Silvinei Vasques [diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal à época], que direcionou os recursos da PRF para o objetivo de inviabilizar ilicitamente que Jair Bolsonaro perdesse o Poder”.

Ligação com 8 de janeiro

Apesar dos intensos esforços dos denunciados para sabotar que eleitores de Lula votassem, o resultado do pleito não foi favorável a Bolsonaro. A partir disso, as tentativas para manter o ex-capitão do Exército Brasileiro no poder assumiram outra configuração, como o ato antidemocrático de 8 de janeiro, conforme denúncia.

Nessa época, tanto Marília quanto Fernando estavam lotados na Secretaria de Segurança Pública do DF, que tinha como responsabilidade monitorar as ações naquela data. Os dois foram levados pelo ex-secretário da SSP Anderson Torres, que também foi denunciado pela PGR.

Marília era subsecretária de Inteligência e acompanhava as operações em grupo chamado Difusão. Por volta de meio-dia, ela foi informada de que os manifestantes apresentavam sinais de animosidade e discutiam abertamente a intenção de “tomar o poder”.

“Evidenciando o conhecimento prévio dos denunciados de todos os acontecimentos que culminaram na eclosão dos atos de violência”, destacou a denúncia.

No entanto, apenas às 16h50 Marília envia a primeira mensagem no dia dos atos antidemocráticos ao grupo que coordenava as ações de segurança, informando que a Força Nacional estava a caminho.

“Recorde-se que Anderson Gustavo Torres, Fernando de Sousa Oliveira e Marília Ferreira de Alencar já haviam aderido aos planos da organização criminosa desde muito antes, o que ficou evidente no pleito eleitoral de 2022, quando coordenaram a utilização indevida da estrutura da Polícia Rodoviária Federal para obstaculizar o trânsito de eleitores a zonas eleitorais em regiões do Nordeste, onde detectaram votação mais expressiva em Lula da Silva. O objetivo era, como agora, situar Jair Bolsonaro no poder”, apontou a denúncia que destacou a “inércia” da secretaria pública do DF.

“Nesse sentido, a inércia da cúpula da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, diante de alertas claros sobre as intenções violentas dos manifestantes, coloca em evidência a continuidade da contribuição dos denunciados ao projeto antidemocrático da organização criminosa”, completou.

Apesar dos atos antidemocráticos de 8 de janeiro de 2023 terem sido citados pela Procuradoria-Geral da República (PGR) na denúncia contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o foco do documento é a tentativa de golpe de Estado em 2022. Oficiais da Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) e demais envolvidos nos ataques serão julgados em uma ação separada.

Outro lado

Em nota, a defesa de Marília Alencar declarou absoluta confiança na análise técnica do STF acerca da denúncia oferecida pela PGR.

Segundo a defesa, a delegada tão somente cumpria as atribuições como diretora de Inteligência do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP), inclusive determinando a coleta e a análise de dados acerca de possíveis crimes eleitorais, distante, portanto, de qualquer tentativa de intervir no pleito em questão.

“Da mesma maneira, ao exercer a função de subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF) há apenas três dias, atuou para prevenir os atos de 8 de janeiro de 2023, o que será demonstrado por seus advogados”, completou a nota.

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe