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Um guia para lidar com suas emoções em vez de deixar que elas te controlem

By 5 de março de 2025No Comments

Para o psicólogo Ethan Kross, não existem sentimentos negativos. “Nas proporções certas, todas as emoções são úteis – incluindo a raiva, a tristeza e a inveja”, diz ele. Segundo Kross, não existem sentimentos negativos – todos têm uma função
Getty Images via BBC
Para o psicólogo americano Ethan Kross, a maneira como a maioria das pessoas lida com sentimentos difíceis é, na maioria das vezes, contraproducente.
“Parece que estamos todos caminhando com dificuldade, ocasionalmente encontrando uma solução acidental ou paliativa para nos ajudar a administrar nossas vidas emocionais”, afirma Kross, que é pesquisador na Universidade de Michigan e diretor do Laboratório de Emoção e Autocontrole.
“Às vezes, nossas ferramentas improvisadas ajudam. Às vezes, pioram as coisas. Parece tão aleatório, isolador e ineficiente”, diz ele.
Em seu novo livro Shift: How to Manage Your Emotions So They Don’t Manage You (“Mudança: Como Controlar seus Sentimentos para que eles não te Controlem”, em tradução livre), ele pretende equipar os leitores com um conjunto de ferramentas para navegar os altos e baixos emocionais de forma mais construtiva.
Em entrevista à BBC, Kross falou sobre os benefícios dos sentimentos “negativos”, a criação de espaços seguros e oásis emocionais — e as vantagens surpreendentes do entretenimento.
Leia abaixo trechos selecionados da entrevista.
Ouvir música é uma forma poderosa de manejar os sentimentos, diz Kross
Getty Images via BBC
BBC – Quais os principais mitos sobre as emoções?
Ethan Kross – Um grande engano é a ideia de que existem sentimentos bons e sentimentos ruins e que devemos nos esforçar para viver nossas vidas livres de todas “as emoções ruins”.
Isso é um erro: nós desenvolvemos a capacidade de experimentar todas as emoções por uma razão.
A raiva pode nos motivar a corrigir uma injustiça se ainda houver uma oportunidade de consertar as coisas.
A tristeza pode nos levar à introspecção e a dar um novo significado a situações que foram fundamentalmente alteradas.
A inveja pode nos motivar a lutar por coisas que queremos alcançar.
Nas proporções certas — essa é uma frase-chave — todos os sentimentos são úteis.
Pense na dor física, que é um estado emocional tão negativo quanto podemos imaginar. Muitos de nós anseiam viver vidas livres de qualquer tipo de dor física.
Mas algumas pessoas nascem sem a capacidade de sentir dor, devido a uma anomalia genética, e essas crianças acabam morrendo mais jovens do que as pessoas que podem sentir dor.
Isso porque, se elas colocarem a mão no fogo, não há sinal que lhes diga para puxarem a mão. O mesmo princípio é verdadeiro para todas as nossas emoções negativas.
As pessoas geralmente acham libertador saber que não precisam se esforçar para viver uma vida sem negatividade.
O que você quer se esforçar para alcançar é apenas manter essas experiências emocionais sob controle, e acho que essa é uma meta muito mais sustentável.
BBC – Muitas pessoas acreditam que suas emoções estão fora do seu controle. De onde vem essa atitude? E quais são as consequências?
Kross – Acho que depende da faceta das nossas experiências emocionais sobre as quais estamos falando.
Muitas vezes não temos controle sobre os pensamentos e sentimentos que são acionados automaticamente conforme vivemos nossas vidas ao longo do dia.
Mas podemos controlar como respondemos a esses pensamentos e sentimentos uma vez que eles são ativados, temos controle sobre nossas ações subsequentes. É aí que reside a promessa da educação sentimental.
BBC – Como podemos mudar nossas respostas a sentimentos difíceis?
Kross – Ouvir música é um exemplo de uma ferramenta subutilizada.
Se você perguntar às pessoas por que elas ouvem música, quase todas vão dizer que gostam da forma como se sentem ao ouvir música.
Mas se você observar o que as pessoas fazem quando estão lidando com suas emoções — como a última vez que ficaram com raiva, ansiosas ou tristes — apenas uma pequena minoria relata ouvir música.
Música é apenas uma categoria do que eu chamo de “shifters”, ferramentas que podem ajudar a lidar com as emoções.
E a partir do momento em que você entende o funcionamento desses mecanismos, você pode ser muito mais estratégico em como usá-los em sua vida.
A introspecção gerada pela tristeza pode ter um efeito restaurativo
Getty Images via BBC
BBC – Você também descreve em seu livro como uma mudança no ambiente pode ampliar nosso bem estar. Como aplicar esse princípio no dia a dia?
Kross – Como você disse, muitas pessoas se sentem restauradas quando vão para um lugar totalmente diferente, livre de associações com trabalho.
Mas nem sempre podemos tirar férias, e o que eu gosto de lembrar às pessoas é que muitas vezes há ambientes próximos que podem mudar nosso humor.
Falamos muito sobre como a presença de certas pessoas pode ser uma fonte de conforto quando não estamos bem.
Mas podemos nos apegar a certos lugares também.
Os meus incluem o bosque perto da minha casa, a casa de chá onde escrevi meu primeiro livro e um dos meus escritórios no campus da universidade.
A partir do momento em que estou naquele espaço, tenho associações positivas que me ajudam a controlar minhas emoções.
É como aqueles esconderijos que você vê em filmes ou livros de espionagem, as chamadas “safe houses” (“casas seguras”, em inglês). Todos nós temos esses cantinhos seguros em nossas vidas e precisamos ser estratégicos sobre ir até eles quando estamos com dificuldades.
É uma forma de nos administrar de fora para dentro.
Você também pode fazer a curadoria do seu ambiente. Sabemos que plantas e imagens de espaços verdes podem ser restaurativas. Assim como fotos de pessoas amadas.
BBC – O objetivo é estar mais consciente do que podemos fazer para mudar como estamos nos sentindo — em vez de apenas deixar isso ao acaso?
Kross – Uma das minhas esperanças para este livro é que possamos fazer com que as pessoas sejam muito mais deliberadas sobre a incorporação dessas ferramentas em suas vidas.
BBC – A distração e o entretenimento podem ser uma forma produtiva de lidar com as emoções?
Kross – Evitar os sentimentos — tentar ativamente não pensar em algo distraindo-se ou se envolvendo em outros comportamentos — é um comportamento normalmente tratado como prejudicial à saúde.
E não há dúvida de que evitar cronicamente as coisas é um comportamento associado a resultados negativos; não é uma abordagem que eu defenderia que alguém adotasse.
Mas não temos que escolher entre lidar com as emoções ou evitá-las o tempo todo. Podemos ser flexíveis e fazer as duas coisas.
Há pesquisas mostrando que pessoas bem sucedidas em lidar com os sentimentos no longo prazo também evitam suas emoções às vezes, em situações críticas.
Como isso se aplica ao dia-a-dia? Digamos que você fiquei alterado por causa de uma discussão que teve com alguém. Você pode tentar resolver ali mesmo, mas uma abordagem positiva pode ser tirar um tempo para pensar sobre esse problema e confrontá-lo depois.
Digo isso como o tipo de pessoa que, em geral, gosta de confrontar as coisas no momento, apenas chegar ao fundo da questão e seguir em frente.
Mas eu já decidi me dedicar a algo totalmente não relacionado por um dia e então voltar ao problema — e isso foi benéfico.
Eu posso voltar e perceber que aquilo, na verdade, não é um problema, ou descobrir que o problema era menor do que parecia, ou que eu posso lidar com ele de uma perspectiva mais ampla.
BBC – Como lidar com nossa tendência a nos compararmos com os outros o tempo todo?
Kross – Muitas vezes ouvimos que não devemos nos comparar com os outros. Mas não é tão simples: somos uma espécie social; parte da maneira como damos sentido a nós mesmos e ao nosso lugar neste mundo é nos comparando com os outros.
É verdade que muitas vezes nos envolvemos em comparações que nos levam a nos sentir mal sobre nós mesmos. Mas você pode reformular isso de maneiras que façam a comparação funcionar a seu favor, e não contra você.
Se eu descobrir que alguém está me superando, posso dizer a mim mesmo: “bem, se ele conseguiu, então por que eu não posso?”. E isso é quase como ter um novo objetivo.
Quando estou com dificuldades, minha primeira linha de defesa é usar o chamado diálogo interno distanciado.
Isso significa falar consigo mesmo em segunda pessoa, ou seja, como se estivesse se dirigindo a um amigo.
Outra estratégia é pensar no futuro: como vou me sentir sobre isso em um dia, 10 dias, 10 meses?
E também pensar no passado: como isso se compara a outras coisas difíceis pelas quais passei?
Muitas vezes essas ferramentas me levam aonde eu quero estar emocionalmente.
Mas se elas não forem suficientes, vou aos meus conselheiros emocionais, pessoas na minha rede de apoio que são muito habilidosas em ter empatia comigo e me aconselhar.
E também vou dar uma volta, passar um tempo em um parque ou área verde, ou visitar um dos meus cantinhos seguros, meus oásis emocionais.
Leia mais em:
Por que gostamos de consumir conteúdo triste na internet
Por que o Brasil tem a população mais depressiva da América Latina
Por que alguns de nós ficam mais tristes e melancólicos no fim do ano

Caso você tenha alguma parcela de sócio que não esteja paga e queira ficar em dia com a Associação, procure o Valdemir Oliveira na Portaria e apresente uma proposta de pagamento em até 12 vezes.
Queremos ter você de volta!

O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe