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VÍDEO: Motoristas têm carros arrastados por enxurrada enquanto se ouve gritos de socorro na Freguesia do Ó, Zona Norte de SP

By 19 de fevereiro de 2025No Comments

Registro foi na Av. General Edgar Facó, por volta das 20h30 de terça-feira (18). Córrego Rio Verde, que corta a via, subiu mais de 3 metros. Uma motorista de aplicativo de 47 anos morreu dentro do carro. Carros são arrastados pela enchente na Freguesia do Ó, em SP, e motoristas pedem socorro
Um vídeo gravado por moradores do entorno da Avenida General Edgar Facó, na Freguesia do Ó, Zona Norte de São Paulo, mostra motoristas presos dentro dos carros arrastados pela enxurrada enquanto se ouve gritos por socorro durante o temporal da noite desta terça-feira (17).
A gravação feita do alto de um prédio residencial registrou ao menos dois carros sendo carregados pela forte enchente que ocorreu no local e matou uma motorista de aplicativo de 47 anos. O caso dela foi o segundo nessas condições em menos de 20 dias.
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No vídeo, é possível ver a avenida completamente tomada pela correnteza, enquanto alguém pede ajuda. (Veja acima.)
Uma das pessoas socorridas foi o atleta Mateus Lopes, que foi resgatado de dentro do carro com a mãe por um funcionário de uma padaria. Ele usou uma mangueira para ajudar os dois a saírem do veículo. (Veja vídeo abaixo.)
Chuva causa estragos na Freguesia do Ó, Zona Norte, e mata uma mulher motorista de aplicativo

“A água foi subindo muito rápido. A gente começou a ver bueiro que tava saindo água muito forte, a gente teve que desviar e, ao longo da avenida, ficou cada vez mais alta. A gente começou a ver carro parando, não tinha condições de ir mais pra frente. A gente bateu no poste, ficou ali, aí o pessoal da padaria arrumou uma mangueira, jogou pra gente. E tivemos que sair pela janela do carro, porque já tava na altura do capô”, contou o rapaz.
Segundo relato dos moradores, o córrego Rio Verde, que passa pela Edgar Facó, transbordou em poucos minutos, subindo mais de três metros de altura.
A enxurrada tomou a avenida, deixando vários carros estacionados também embaixo d’água e invadindo comércios, como uma academia e uma farmácia que ficam no local.
Durante a madrugada, os funcionários da farmácia contabilizaram os prejuízos. Eles disseram que centenas de medicamentos foram perdidos e vários produtos inviabilizados para a venda.
Até uma viatura da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) ficou submersa na região. Os agentes subiram no capô do carro para amarrá-lo a um poste e evitar que fosse levado pela correnteza. (Veja vídeo abaixo.)
Viatura da CET fica embaixo d’água em SP e funcionários amarram carro em poste
Segundo a própria CET, os funcionários ficaram encurralados no local quando foram ajudar a organizar o trânsito e resgatar outros motoristas ilhados. Os dois estão bem, mas a viatura ficou destruída.
Morte de motorista de aplicativo
A motorista de aplicativo encontrada morta dentro do próprio carro é Janaina de Souza Maia, de 47 anos. Os bombeiros tentaram fazer a reanimação dela, mas sem sucesso. As causas da morte ainda não foram divulgadas. Janaina era moradora da Vila Zat, bairro próximo ao local do alagamento, e tinha uma filha.
Janaina é a segunda motorista de aplicativo morta nessas condições na capital paulista em menos de 20 dias. O outro caso aconteceu na região da Avenida Luís Inácio de Anhaia Mello, na Vila Prudente, em 1° de fevereiro.
Na ocasião, o motorista de aplicativo de 50 anos foi encontrado dentro do carro preso no alagamento na Rua Prece, travessa da Anhaia Mello, mas também não resistiu.
O que diz a Prefeitura de SP
As equipes da Secretaria de Subprefeituras da gestão Ricardo Nunes (MDB) dizem que estão investigando o que prejudicou a drenagem no local.
Segundo a pasta, a rede de drenagem superficial estava devidamente limpa. Técnicos municipais vão avaliar estruturas subterrâneas da Avenida Edgar Facó ainda nesta quarta-feira (19).
Em nota, a prefeitura lamentou a morte da motorista de aplicativo e argumentou que o temporal na região foi muito forte.
“A Zona Norte da capital passou por uma tempestade de quase 70 mm de água, em menos de 2 horas, além de picos de até 46,7km/h de rajada de vento. O volume médio da chuva desta terça-feira, equivale a 11,7% da média esperada para o mês todo de fevereiro”, diz trecho da nota.
Acrescentou ainda que equipes da Subprefeitura Pirituba/Jaraguá executaram recentemente os serviços de corte de grama e limpeza das bocas de lobo em toda a extensão da avenida onde a motorista morreu.
Sobre o Ribeirão Verde, que corre ao longo da avenida, a prefeitura informou que o curso d’água já é canalizado e que um estudo que deve ser concluído neste semestre mostrará os pontos críticos do ribeirão e quais as alternativas a serem adotadas.
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Temporais em SP
Alagamento da Avenida Edgar Facó, Freguesia do Ó, em SP
A chuva que atingiu a cidade de São Paulo desde a tarde desta terça-feira (18) deixou todas as regiões em estado de atenção para alagamentos novamente a partir das 19h40, segundo o Centro de Gerenciamento de Emergências da Prefeitura de São Paulo. O término ocorreu às 21h55.
A Avenida Edgar Facó foi uma das mais afetadas na Zona Norte de SP. Nessa avenida, diversos pontos ficaram debaixo d’água. Um alagamento também foi registrado na Rua Balsa, na Freguesia do Ó. A correnteza formou um “rio” em alguns trechos da via (veja vídeo acima ).
Moradores da Zona Norte também relataram tempestade de raios na região. A Defesa Civil enviou notificações de alerta severo aos celulares de pessoas que estavam em áreas afetadas pela tempestade.
21 mortos no estado de SP
Alagamento da Avenida Edgar Facó, Freguesia do Ó, em SP
Arquivo Pessoal/Alexandre Polese
O balanço da Defesa Civil aponta que entre os dias 1 de dezembro de 2024 e 30 de março de 2025 (fim do verão), as mortes já registradas foram as seguintes em todos os municípios do estado de SP:
IBITINGA (04DEZ24) – 02 vítimas: 02 (duas) pessoas arrastadas pela enxurrada pela Avenida Carolina Gereto Dal´acqua, altura do numeral 900, Centro, próximo ao Hotel Avenida. (01 localizada dia 05 e outra dia 06)
SÃO PAULO (05DEZ24) – 01 vítima: Na Rua Beira Rio – Brasilândia, 01 (um) homem caiu em um córrego e foi arrastado sentido o Piscinão Vista Alegre. (localizada dia 06)
SÃO PAULO (21DEZ24) – 01 vítima: Rua Adelina Linhares, 106, Cangaiba, vítima feminina, arrastada pela enxurrada, socorrida por populares ao hospital, onde veio a óbito.
NOVA ODESSA (21DEZ24) – 01 vítima: Avenida Ampélio Gazzetta, 1800, bairro Green Village, 01 (um) homem (motociclista) foi arrastado pela enxurrada para interior córrego Capuava, sendo localizado pelo CB.
VÁRZEA PAULISTA (21DEZ24) – 03 vítimas: rua Ilha Bela, 100 – João Aprillanti, deslizamento de terra sobre residência, resultando em 03 óbitos (mãe e duas crianças), sendo os corpos localizados e retirados pelo CB. Equipe S-1 compareceu pelo local (Ten Ramatuel)
VÁRZEA PAULISTA (22DEZ24) – 01 vítima: rua José Joaquim dos Santos, 222 – João Aprillanti, deslizamento de terra sobre residência, resultando em 01 óbito, sendo atestado pelo SAMU e retirado pelo CB.
FARTURA (23DEZ24) – 02 vítimas: Balsa de Taquara Branca (liga Fartura a Taquarituba), tombamento de embarcação, resultando em 01 óbito (localizado 25DEZ24) e outro (localizado 27DEZ24).
TAUBATÉ (27DEZ24) – 03 vítimas: Rua da Liberdade, 80, bairro Barreiro houve um deslizamento de terra sobre um muro que caiu sobre uma residência, resultando em 01 ferido (retirado pelo CB e socorrido pelo SAMU) e 03 óbitos, todos sob os escombros.
SÃO PAULO (24JAN25) – 01 vítima: Rua Belmiro Braga, 95, bairro Pinheiros, masculino, idoso (73 anos) foi arrastado pela enxurrada, sendo localizado em 25JAN25.
GUARULHOS (25DEZ24) – 01 vítima: Rua Panambi, 499, bairro Cumbica, um motoqueiro caiu num córrego que fica centralizado entre duas avenidas, após buscas o CB localizou a vítima em óbito em 261030JAN25.
ITAPECERICA DA SERRA (26DEZ24) – 01 vítima: Parque do Povo, sito à Rodovia Prefeito Bento Rotger Domingues, 500, bairro Palmeiras. Uma criança estava na escadaria da galeria, dentro do Parque, onde foi arrastada pela enxurrada, após buscas o corpo foi localizado pelo CB.
SÃO PAULO (01FEV25) – 01 vítima: Rua Prece, 313, Vila Prudente, um veículo ficou submerso após o condutor, Sr Moisés Santana de Andrade, RG 45.693.392-3, tentar transitar pela via alagada.Segundo o CB, a vítima ficou inconsciente e foi resgatada por um transeunte.
MONTEMOR (05FEV25) – 01 vítima: Estrada Municipal Mor, 377, Monte Mor, um Sr Antonio Ferreira Santiago, de 75 anos, estava andando à cavalo, quando foi arrastado pela chuva e encontrava-se desaparecido. Em 05FEV25 foi encontrado sem vida, pelos seus familiares.
MOGI DAS CRUZES (14FEV25) – 01 vítima: Avenida Kaoru HIramatsu, 2390, 377, Oropó, o Sr Michel da Silva Ferreira, de 30 anos, estava jogando adubo em sua propriedade enquanto chovia, sendo ele atingido por um raio. Ressalta-se que foi socorrido à UPA II, em Mogi das Cruzes, porém, entrou em parada cardiorrespiratória, evoluindo para óbito.
SÃO PAULO (18FEV25) – 01 vítima: Av. General Edgar Facó, um veículo foi arrastado pela enxurrada, onde populares localizaram em seu interior 01 (uma) vítima, houve tentativa de reanimação, porém sem êxito, a vítima entrou em óbito no local.
Total de 21 vítimas

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Queremos ter você de volta!

O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe