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Caso fechado: veja passo a passo do assassinato brutal de João Miguel

By 8 de outubro de 2024No Comments

Um dos assassinatos mais brutais dos últimos anos no Distrito Federal teve um desfecho nessa segunda-feira (7/10). O desaparecimento de João Miguel Silva, então com 10 anos, deixou os moradores da capital federal intrigados por duas semanas, até que a Polícia Civil do DF (PCDF) encontrou o corpo do garoto em uma vala, no dia 13 de setembro. A motivação? Uma suposta série de furtos e o sumiço de um cavalo.

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João Miguel estava desaparecido desde 30 de agosto

Carroceiro Jackson Nunes de Souza, 19 anos, foi preso pelo crime
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João Miguel tinha 10 anos quando foi morto

PCDF/Divulgação

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João Miguel estava desaparecido desde 30 de agosto

PCDF/Divulgação

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Carroceiro Jackson Nunes de Souza, 19 anos, foi preso pelo crime

Reprodução

Entenda o caso a partir do passo a passo contado pelo Metrópoles:

30 de agosto: João Miguel desaparece. O garoto, que mora com tios e primos no setor de chácaras do Lúcio Costa, no Guará, saiu para comprar um salgadinho em um mercado próximo de casa, por volta das 18h, e não voltou mais. Câmeras de segurança flagraram o garoto caminhando perto de onde morava, às 15h. O dono do supermercado confirmou ao Metrópoles que viu Miguel, mas à noite, por volta das 21h, acompanhado de outros meninos.

9 de setembro: a PCDF pede ajuda da imprensa e da população para obter informações sobre João Miguel, àquela altura, desaparecido há 11 dias.

13 de setembro: a 8ª Delegacia de Polícia, responsável pelas investigações, informa, por volta do meio-dia, que encontrou um corpo em uma vala, localizada em uma área de mata em frente ao viaduto que dá acesso ao Guará I. O cadáver estava enrolado com um lençol, com as mãos amarradas e um tecido preso ao pescoço. Os policiais chegaram ao local após denúncia anônima.

A família ainda vivia a expectativa de o corpo encontrado ser de outra pessoa. No entanto, uma corrente reconhecida pela tia de Miguel, Rafaela Santos, 25 anos, preparava a família para a pior notícia possível. Rafaela disse ainda que, poucos dias após o desaparecimento, a família havia recebido uma ligação anônima orientando para que procurassem João nos bueiros do Lúcio Costa, porque João estaria em um deles.

Os indícios se confirmaram no fim da tarde daquele dia, quando o Instituto Médico Legal (IML) atestou que o corpo naquela vala era mesmo o de João Miguel.

A principal hipótese levantada pelas investigações era de que o crime teria sido cometido por vingança, mas não se sabia o real motivo. O fato de o pai de João Miguel estar preso por ter atirado contra o cunhado, em dezembro de 2023, levava o público a tentar ligar uma coisa a outra. A suspeita de que a mãe do menino seja integrante do Primeiro Comando da Capital (PCC) também era levada em consideração na tentativa de entender a morte do garoto. Nada disso, no entanto, tinha relação com a morte brutal.

27 de setembro: a PCDF anuncia, durante a tarde, que prendeu um suspeito de ter participação na morte de João Miguel. Naquele momento, a identidade do indivíduo foi preservada devido o andamento das investigações. A coluna Na Mira apurou à época que tratava-se de um carroceiro que morava próximo ao garoto.

7 de outubro: o desfecho do caso, com uma reviravolta. A 8ª DP anuncia que a namorada do carroceiro preso, uma adolescente de 16 anos, confessou que matou o menino asfixiado. Ela disse que o carroceiro, identificado como Jackson Nunes de Souza, 19 anos, teria apenas ajudado a desovar o corpo de João Miguel. Dois irmãos de Jackson, de 13 e 16 anos, também teriam participado dessa forma.

A explicação: João Miguel, Jackson e a namorada eram vizinhos e tinham certa proximidade. Miguel costumava andar na residência do casal. A motivação do crime seria uma série de furtos que o garoto estaria cometendo na casa de Jackson e da companheira, segundo versão dela.

O estopim teria sido o sumiço de um cavalo. Segundo apurações, em data ainda desconhecida, João Miguel, Jackson e a namorada de Jackson teriam ido a cavalo ao Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) buscar alimentos para os bichos. Jackson e a namorada foram usando um animal, e João Miguel, outro.

De acordo com a namorada de Jackson, Miguel teria soltado o cavalo de propósito, fazendo com que o bicho fugisse. Tempos depois, o animal foi encontrado no curral da Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento do DF (Seagri-DF). Em casos como esse, o proprietário do equino precisa pagar R$ 2,5 mil para recuperá-lo. Como Jackson não tinha o valor, acabou não conseguindo.

Como João Miguel foi morto: ainda de acordo com a namorada de Jackson, no dia 30 de agosto, data em que João Miguel foi dado como desaparecido, o garoto teria ido a residência do carroceiro para vender ao casal um cigarro eletrônico que ele havia achado no lixo. João sempre andava acompanhado com um primo, mas, nesse dia, estava sozinho.

Nesse dia, então, a adolescente teria percebido uma oportunidade de matar João Miguel e dar fim aos supostos furtos, como explica a delegada-chefe da 8ª DP, Bruna Eiras: “Eles chamaram o menor para fumar narguilé. Enquanto ele acendia o narguilé, a menina se posicionou por trás de João, pegou uma corda e o puxou pelo pescoço. Enquanto isso, o outro menor de 16 anos, irmão de Jackson, deu murros e tapas no rosto de João e colocou um vestido na boca dele, fazendo com que ele se asfixiasse e morresse”, relatou Bruna Eiras.

Após matarem o menino, a namorada e o irmão de Jackson, ambos de 16 anos, enrolaram mais panos no corpo de João, vendaram os olhos dele e amarram mãos e pernas. Depois de alguns minutos, o carroceiro e um outro irmão dele, de 13 anos, chegaram na residência e se depararam com a cena. “Eles enrolaram o menor no cobertor e colocaram ele em um tonel amarelo de ração de cavalo. Colocaram o menor em cima da carroça e levaram para a mata onde ele foi localizado durante as investigações”, acrescenta a delegada-chefe.

Ainda no dia 30 de agosto, cerca de 40 minutos após ocultarem o cadáver da criança, a suspeita de 16 anos postou uma foto com o cunhado de 16 anos, no story do Instagram. A publicação chamou a atenção dos investigadores, pois tinha uma música cuja letra cita: “E os nossos inimigos, nós vamos eliminar. Mesmo que me custe a vida, a verdade eu vou falar”.

Correção feita pela PCDF: inicialmente, a 8ª DP informou que João Miguel havia sido morto havia, no máximo, 72 horas, dado o estado de decomposição do corpo. No entanto, nessa segunda-feira (7/10), a delegada-chefe explicou que, no decorrer das investigações, a perícia constatou que o menino foi assassinado no dia em que desapareceu.

“Verificamos que os órgãos externos estavam com mais tempo de decomposição, e tudo isso se deu em razão do nosso clima, da região e do fato de ele estar envolto no cobertor. Isso tudo favoreceu para conservação do cadáver, é o que nós chamamos de mumificação”, explicou Bruna.

7 de outubro: o Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e o Ministério Público do Distrito Federal e dos Territórios (MPDFT) se posicionaram contrários ao pedido da Polícia Civil (PCDF) para internar, em uma unidade socioeducativa, a adolescente de 16 anos que confessou ter matado o menino João Miguel Silva. Tanto a Justiça quanto o MP não estariam convencidos da participação da garota, mesmo ela tendo confessado o crime. “Em que em que pese a gravidade do ato em apuração, o MP ainda não formou a opinio delicti, solicitando mais diligência”, aponta a decisão do juiz.

No momento, o carroceiro de 19 anos está preso preventivamente. Ele vai responder pelo crime de ocultação de cadáver e corrupção de menores. Se condenado, pode pegar uma pena de até 15 anos de prisão.

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe