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Relação de Mavi e Iberê, em ‘Mania de Você’, é broderagem? Especialistas explicam o termo

By 26 de outubro de 2024No Comments

Internautas, que torcem por relação entre patrão e funcionário na novela, levantam debate sobre o termo que trata sobre laço afetivo ou sexual entre dois homens. As cenas entre os vilões Mavi e Iberê na novela “Mania de Você” têm chamado atenção dos telespectadores. E não é por despertar um sentimento de ódio pelas ações dos personagens. Mas sim, pela forte sintonia entre a dupla.
Nas redes sociais, muitos internautas torcem para que eles formem um casal. E há quem aponte que o que rola entre patrão e funcionário é “broderagem”.
O termo é uma gíria brasileira, que vem da palavra “irmão” em inglês (brother) e é “utilizado tanto para comentar um laço afetivo entre homens como também, em algumas ocasiões, um relacionamento sexual entre eles, mesmo eles se dizendo heterossexuais”, explica a psiquiatra Carmita Abdo, que coordenadora do Programa de Estudos em Sexualidade da Faculdade de Medicina da USP e autora do livro “Sexo no Cotidiano”.
Relação de Mavi e Iberê, em ‘Mania de Você’, é apontada como broderagem por internautas
Reprodução/Globo
Em 2024, o termo já foi usado para comentar a relação de personagens em ao menos dois filmes.
Um deles, foi “Deadpool & Wolverine”. Os atores Ryan Reynolds e Hugh Jackman, que dão vida aos personagens, são amigos há quase 20 anos. E a atmosfera de bromance entre eles acabou rendendo brincadeiras na divulgação do longa. (Originada da combinação das palavras em ingês “brother” e “romance”, a expressão bromance é utilizada para falar sobre a relação de grande proximidade afetiva, sem contexto sexual, entre dois amigos).
Até que em julho, quando o longa foi lançado, teve muito fã garantindo que uma das principais sequências de luta do filme, que acontece dentro de um carro, é uma cena de sexo entre os heróis.
Sintonia semelhante também foi vista no filme “Rivais”, com os personagens Art e Patrick. Os tenistas fictícios, que são ex-melhores amigos e interpretados por Mike Faist e Josh O’Connor, disputam o amor da personagem de Zendaya.
Além de mostrar uma dinâmica entre sexo e poder, o filme traz uma tensão sexual em todas as pontas desse triangulo amoroso.
Mas broderagem não é uma linguagem específica para obras da dramaturgia. Ela também é bastante usada na vida real.
* Vale também dizer aqui que, apesar de o termo ter ganhado força com Mavi e Iberê, não significa que os dois tenham relações sexuais. Ao menos por enquanto, a relação entre eles não passa de mútuo afeto e parceria. E claro, tudo sempre pode mudar nas cenas dos próximos capítulos.
Cena de “Deadpool & Wolverine” mostra heróis brigando em carro. Alguns fãs apontam que sequência é uma cena de sexo entre eles.
Reprodução
Broderagem não configura homossexualidade
O psicólogo e sexólogo Caio Graneiro explica que, por não ser um termo acadêmico, não existe um conceito muito claro sobre o comportamento.
“Mas, de maneira geral, a gente usa ele para falar de dois homens que não são assumidamente gays e que trocam afeto.”
Esse afeto pode ter uma conotação de amizade ou sexual. E Caio explica que essa troca, na conotação sexual, não configura homossexualidade.
Isso porque para pensar sobre a sexualidade de alguém, existem três pilares importantes: o comportamento, a identidade e o desejo do indivíduo.
O comportamento é sobre o que a pessoa faz — se ela beija ou transa com pessoas do mesmo sexo, por exemplo.
Já o campo do desejo é a orientação dessa pessoa — mas ela pode ter o desejo e não dar vazão para ele. Assim, ela não tem o comportamento.
E o terceiro campo é o da identidade, que é como a pessoa se vê dentro daquela sexualidade.
Caio destaca que, sozinhos, nenhum desses comportamentos definem o que a pessoa é ou não é. Pode ser que a pessoa tenha o desejo, já tenha transado com outro homem, mas sua identidade não seja homossexual.
“A autodeterminação nesse sentido é a coisa mais importante, porque só a pessoa pode dizer a respeito da própria sexualidade.”
Carmita Abdo aponta que desde os tempos de Alfred Kinsey — sexólogo e biólogo americano fundador do Instituto Kinsey para Pesquisa do Sexo, Gênero e Reprodução – “ficou bem claro que boa parcela da população tem, esporadicamente, relacionamento com pessoas do mesmo sexo e do sexo oposto”.
“E existe entre o absolutamente heterossexual e o absolutamente homossexual uma gradação que Kinsey dividiu em seis possibilidades”, expica Carmila.
A Escala de Kinsey varia de 0 a 6 e descreve as pessoas como:
Exclusivamente heterossexual
Predominantemente heterossexual, apenas eventualmente homossexual
Predominantemente heterossexual, embora homossexual com frequência
Bissexual
Predominantemente homossexual, embora heterossexual com frequência
Predominantemente homossexual, apenas eventualmente heterossexual
Exclusivamente homossexual
Assexual
“Então as possibilidades intermediárias existem, e isso não significa que a pessoa se assumiu como homo ou como hétero. Apenas que ela se permitiu viver experiências ao longo da vida, e antes ou até durante enquanto está decidindo qual das opções dará preferência ou se tornará mais frequente.”
Livre, consensual e sem auto preconceito
Cena do filme “Rivais”
Reprodução
Carmita ainda destaca a importância de uma relação livre, consensual e sem auto preconceitos.
“As pessoas devem ser livres para desenvolver umas com as outras, desde que consensualmente, relacionamentos que podem ir desde amizade até sexo, independentemente de terem que prestar contas à sociedade. Então é muito importante que o auto preconceito não exista.”
“Porque por vezes não é a sociedade que não aceita. É a própria pessoa que não se aceita daquela forma”, destaca.
“Então ela pode, sim, ser alguém que tem uma tendência homossexual, mas que não está aceitando. E acaba tendo necessidade de um relacionamento mais íntimo, mais estreito, e de caráter erótico com outra pessoa do mesmo sexo, embora, ela não esteja percebendo que está agindo dessa forma. E no seu entendimento, esteja negando sistematicamente ser alguém que tenha uma preferência homossexual.”
O machismo e a ausência do afeto entre homens
Um ponto importante que o Caio destaca é o quanto a ideia de broderagem pode impedir o afeto entre dois homens.
“Por medo de parecerem gays ou por medo de serem considerados homossexuais ou de achar que um carinho entre dois homens é sempre sexual, homens, de modo geral, sofrem com o machismo que impede eles de demonstrarem afeto”, diz o psicólogo.
Tanto é que ainda não existe um termo semelhante para mulheres, já que é bastante comum que elas demonstrem afeto desde criança, com mãos dadas, abraços e outras formas de carinho.
“O olhar que se tem sobre os homens e o afeto é muito diferente entre as mulheres e o afeto. E justamente porque para as mulheres o afeto é mais permitido desde a infância, não se tem essa necessidade de produzir um rótulo para quando duas mulheres estão mais próximas”, diz.
Ele ainda aponta que “dois homens demonstrando afeto não deveria ser sexualizado”.
“A gente só vive isso porque o homem foi tão instigado a nunca demonstrar afeto, que a gente estranha dois homens trocando afeto como se isso fosse próprio da sexualidade.”

Caso você tenha alguma parcela de sócio que não esteja paga e queira ficar em dia com a Associação, procure o Valdemir Oliveira na Portaria e apresente uma proposta de pagamento em até 12 vezes.
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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe