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Ex-PM enganou até “caveiras” do Bope em golpe que passa de R$ 30 mi

By 2 de dezembro de 2024No Comments

A honra, credibilidade e respeito, pilares que pautam a reputação do Batalhão de Operações Especiais (Bope) da Polícia Militar do Rio de Janeiro (PMERJ), foram usados por um ex-soldado da corporação para faturar milhões de forma criminosa, sempre à sombra da temida farda negra.

A imagem da unidade de elite foi explorada para inspirar confiança em pelo menos 20 vítimas que caíram no golpe do falso investimento, incluindo alguns “caveiras” — como são chamados os policiais lotados na unidade de elite.

Garantindo ser um “gênio” do mercado financeiro, o ex-militar Djair Oliveira de Araújo (foto em destaque) embolsou cerca de R$ 30 milhões de investidores captados tanto nas fileiras da PM quanto em outras forças, como na Polícia Federal.

Com a promessa de pagar mensalmente dividendos que alcançariam 5% do valor aportado, policiais chegaram a vender imóveis e contrair empréstimos consignados para despejar entre R$ 300 mil e R$ 500 mil nas contas da empresa do ex-soldado.

No entanto, o negócio montado e gerido pelo trader, de acordo com as vítimas, seria uma enorme pirâmide financeira que quebrou, deixando um rastro de prejuízo.

Pelo menos nove ocorrências policiais foram registradas na 42ª DP, no Recreio dos Bandeirantes, na 122ª DP, em Conceição de Macabu, e na Delegacia do Consumidor (Decon).

Apenas uma das vítimas, um engenheiro civil, acreditou no suposto potencial do trader e transferiu um total de R$ 595 mil. Ele perdeu todo o dinheiro.

Veja imagens do ex-PM que deu golpe de R$ 30 milhões:

8 imagens

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Falso sucesso

Djair pediu baixa da PMERJ ainda em 2021, mas anos antes já demonstrava nas redes sociais um estilo de vida incompatível com a função de soldado.

Vídeos e fotos de viagens internacionais, carrões superesportivos e jantarem em restaurantes badalados eram publicados em suas redes sociais e chamavam a atenção de colegas de farda.

A ostentação era o chamariz para captar militares que queriam investir e supostamente ganhar altos rendimentos. O então militar havia montado um luxuoso escritório para as operações financeiras em um prédio no Recreio dos Bandeirantes, zona oeste do Rio.

O número de policiais militares e profissionais liberais de outras áreas começaram a fazer parte da carteira de clientes de Djair, que garantia ter lucro entre R$ 10 mil e R$ 20 mil todos os dias operando no mercado financeiro.

Com o sucesso, o ex-militar se aproximou de policiais do Bope e passou a usar o famoso emblema da “faca na caveira” para estampar vídeos motivacionais publicados nas redes socais. A ideia, segundo vítimas ouvidas pela coluna, era criar uma atmosfera de credibilidade e segurança.

Rastro de vítimas

O ex-militar se apresentava como CEO da empresa Dektos, que buscava investidores para injetarem capital e assim aumentar as operações da empresa.

Pelo menos 20 pessoas que perderam grandes quantias se reuniram em um grupo de WhatApp para trocar informações e tentarem reaver o dinheiro perdido.

A coluna conversou com duas vítimas que perderam grandes quantias. Um ex-policial militar que serviu ao lado de Djair na Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Morro dos Macacos e depois na Babilônia foi atraído pelas promessas de altos ganhos e depositou R$ 330 mil nas contas do colega de farda.

A vítima, que preferiu não ter o nome divulgado, afirmou que Djair prometia 5% de juros sobre os valores aportados e que não haveria risco nas operações financeiras.

“Parte das pessoas que botaram dinheiro na empresa havia trabalhado com ele. Como Djair tinha um amigo no Bope, ele conseguiu ter acesso a outros policiais de lá e chegou a levar três ou quatro para trabalharem com investimento. Um desses caveiras chegou a fazer a segurança do Djair”, contou.

Perda de R$ 330 mil

O ex-policial que se tornou cliente de Djair explicou que o suposto trader também criou a “Trade in flow”, um projeto de mesa proprietária para operar uma série de produtos no mercado nacional e internacional.

“Meus R$ 330 mil ficaram na empresa por quatro anos e eu fazia poucos saques, uns cinco em todo o período. Eu deixava o montante rendendo juros sobre juros. No entanto, um um belo dia, o dinheiro desapareceu”, afirmou.

Ao todo, caso o ex-soldado da PM fluminense tivesse que pagar todos os dividendos de rentabilidade, o valor chegaria próximo de R$ 2 milhões, segundo a vítima.

“Tentei todos os acordos judiciais possíveis, pedindo apenas que ele devolvesse o valor que havia sido aportado. Ele nunca deu retorno. Após as cobranças constantes, ele me bloqueou no WhatsApp e nas redes sociais”, disse.

Mais golpes

Um engenheiro civil que perdeu R$ 595 mil após investir todo o valor na empresa do ex-PM também acreditou que o negócio seria sólido.  Ambos se conheceram em um grupo de WhatsApp envolvendo preparação de veículos.

“Djair sempre falava muito que entendia de mercado financeiro, dólar futuro, e que conseguia fazer até R$ 20 mil por dia”, contou.

O engenheiro acabou fazendo uma série de transferência acreditando no recebimento de 5% de juros mensais. Foram depositados R$ 50 mil, depois mais R$ 100 mil. “Eu não parei por aí e aportei uma grande quantia em 2022, totalizando R$ 595 mil”, detalhou.

A vítima ressaltou que passou cinco meses fazendo saques mensais de R$ 30 mil, mas que os valores repassados foram minguando, até desaparecer.

Quando não havia mais valores a serem sacados, o engenheiro tentou retirar o montante que havia sido investido, mas já era tarde. “O Djair convence pela lábia, pela estrutura que havia no escritório e pelos policiais do Bope que circulavam pelo local. Mas ele vivia uma vida de ilusão e enganava quem decidia investir na operadora dele. Eu também fui bloqueado por ele em todas as redes sociais e não consigo receber o meu dinheiro”, afirmou.

Outro lado

Procurado pela coluna para comentar as acusações, o CEO da Dektos afirmou que existe um procedimento investigatório em andamento e que está “muito tranquilo a respeito das acusações”. Djair ressaltou que sua empesa n]ao quebrou e segue operando normalmente “Minha empresa continua em atividade, tivemos uma fase difícil no início do ano mas essa acusação de golpe é infundada”, garantiu.

O ex-militar se defendeu afirmando que duas pessoas que o acusam de golpe eram fuccionárias dele e receberam valores equivalentes ou superiores ao montante que aportaram na empresa. “Cabe ressaltar que eles trabalham em média dois anos na empresa comigo, inclusive no setor financeiro e só investiram na empresa por trabalharem nela”, disse.

Djair ressaltou que possui comprovantes de transferências que superam os valores aportados pelos clientes:  “Nunca fiz captação de recursos de forma indiscriminada. Minha empresa trabalha com a venda de sistemas e infoprodutos e toda receita obtida vem disso”, defendeu.

Por fim, o trader destacou que a alegação de que deu golpe em milhões não é real: ” Todos que investiram na empresa eram funcionários (95%) e os demais, parentes meus ou amigos muito próximos. A empresa segue em atividade e sigo pagando a outras pessoas normalmente. Essas pessoas que me acusam, querem receber valores incompatíveis com o que é devido e eu estou aguardando a decisão da justiça. Porém a maioria não entra no âmbito civil para que seja discutido pois o real motivo é que estão tentando usar o Judiciário para me coagir”, finalizou.

 

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe