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Mulher morta em hospital psiquiátrico passou a noite de Natal amarrada

By 31 de dezembro de 2024No Comments

A paciente psiquiátrica que morreu passou a noite inteira de Natal amarrada. Ele estava no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP), da rede pública do Distrito Federal, que fica localizado em Taguatinga.

O Metrópoles apurou que a mulher de 24 anos teve uma crise e ficou horas imobilizada e sofreu convulsões. Ela tinha histórico de crises e tomava medicação controlada. Na noite de terça (24/12), a paciente começou a gritar.  Segundo o relato de uma testemunha, chegou a sofrer uma queda.

Recusando medicações, a paciente foi então contida. Na sequência, passou a madrugada do dia 25 amarrada em um leito na enfermaria do hospital.

Na manhã de Natal, a paciente sofreu uma convulsão e recebeu medicação da equipe médica. A mulher teria sido, então, desamarrada, mas permaneceu na enfermaria.

Por volta das 19h50, na troca de plantão do hospital, uma outra paciente teria chamado a equipe médica alertando que a mulher passou mal.

A reportagem questionou a Secretaria de Saúde se é um protocolo normal amarrar os pacientes, mas recebeu como resposta apenas que a “Secretaria de Saúde (SES-DF) presa pelo cumprimento da legislação nacional e internacional de proteção dos direitos humanos, das normas de segurança do paciente e dos protocolos assistenciais” e que foi aberto um processo para investigação de responsabilidade.

Sem pulso

Ao chegar ao leito da enfermaria, às 19h55, a equipe médica encontrou a paciente sem pulso. Os profissionais tentaram reanimá-la por 30 minutos, chegando a intubar a paciente, mas não tiveram sucesso.

O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) chegou ao local, fez uma nova intubação e deu início a outras manobras de reanimação. Os socorristas não conseguiram salvar a paciente. O óbito foi declarado às 20h41.

Transferência

O Metrópoles conversou com uma fonte da Secretaria de Saúde sobre o caso. Para evitar possíveis retaliações, a identidade dela será preservada.

Segundo a fonte, chama a atenção o fato de a paciente não ter sido transferida para outra unidade da rede pública, seja para o diagnóstico, seja para o tratamento da crise. Em vez disso, a mulher foi imobilizada durante a madrugada.

Outro ponto questionado foi a estratégia de acompanhamento da paciente após a aplicação da medicação, na manhã do dia 25. Para a fonte, o monitoramento deveria ser constante pela equipe na sala de observação.

Política antimanicomial

O Metrópoles noticiou que o Mecanismo Nacional de Prevenção e Combate à Tortura (MNPCT), do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, identificou casos de violações de direitos no tratamento do HSVP.

O Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e o Ministério Público do DF e Territórios (MPDFT) cobram a reformulação da política antimanicomial da capital brasileira.

Um dos pontos é a desmobilização dos leitos do Hospital São Vicente de Paulo e a readequação da rede pública para garantir aos pacientes psiquiátricos maior qualidade no tratamento.

Outro lado

Procurada pelo Metrópoles, a Secretaria de Saúde informou em nota que “a causa da morte da paciente no Hospital São Vicente de Paulo (HSVP) ainda está sendo investigada pelo Instituto Médico Legal (IML)”.

A pasta acrescenta que o Relatório do Atendimento de Emergência “relata ainda que foi realizada a monitorização com desfibrilador e a aspiração do líquido, com saída de grande quantidade de conteúdo gástrico, além da intubação orotraqueal”.

“Foi cumprido também o protocolo de reanimação. A paciente foi encaminhada para a sala de emergência, mantendo a RCP com cinco ciclos de adrenalina, sem que ela apresentasse batimentos cardíacos. O Samu continuou o protocolo, sem sucesso. O óbito foi registrado às 20h41. O relatório médico informa ainda que a paciente possuía histórico de crises epilépticas convulsivas atípicas”, acrescentou a pasta.

Sobre o fechamento do hospital, a SES-DF afirmou que “instituiu um grupo de trabalho para elaboração de um plano de ação para desmobilização dos leitos psiquiátricos do DF, incluindo os do HSVP”.

“A medida prevê desmobilização progressiva, que ocorrerá em consonância com a ampliação da rede de serviços de saúde mental e a abertura de novos Centro de Atenção Psicossocial (Caps). Também está previsto o fortalecimento do atendimento às urgências e emergências e dos cuidados a crises em saúde mental, que será feito de forma descentralizada, incluindo serviços nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs), hospitais gerais e, principalmente, nos Caps”, concluiu.

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe