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Artista plástico autodidata conta como superou racismo para chegar aos 50 anos de carreira: ‘Ninguém me via’

By 24 de novembro de 2024No Comments

Em entrevista ao g1, Macalé falou sobre superação e importância de obras que expressam lutas e esperanças. Ao realçar história afro-brasileira, ele se tornou referência cultural. g1 entrevista artista plástico ‘Macalé’ no Dia da Consciência Negra
Jaime Domingos Cruz, mais conhecido como Macalé, é um nome de destaque na arte brasileira. O artista autodidata transformou desafios pessoais em inspiração para obras marcantes, como a série “O Sol Nasceu para Todos”. A produção celebra a moradia digna e a esperança, temas que dialogam com sua vivência e resistência.
Nascido em Orlândia (SP), Macalé enfrentou preconceitos desde cedo, mas encontrou na arte um caminho de expressão e transformação. Hoje, ao celebrar 50 anos de carreira, ele é referência cultural, levando adiante a valorização da história e cultura afro-brasileira.
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‘Macalé’ em seu ateliê em Ribeirão Preto, SP
Reprodução/Vinícius Barros
No Sesc Ribeirão Preto (SP), oficinas incentivaram o público a criar obras inspiradas no artista. Além disso, exposições no Museu de Arte de Ribeirão (MARP) e no Museu Casa de Portinari em Brodowski (SP) também celebraram sua contribuição para a cultura brasileira.
Essas iniciativas reforçam a importância do legado artístico e cultural do homenageado, permitindo que o público se envolvesse ativamente com sua obra e sua influência.
Em entrevista ao g1, Macalé abriu o coração sobre sua trajetória e o impacto de seu trabalho, abordando temas como o racismo e a superação.
Veja abaixo trechos dessa conversa, em que o ator compartilha o olhar sobre a arte, a cultura e o Brasil, especialmente em relação à consciência negra e seu legado.
Exposição de abertura no Marp estreada na sexta-feira (22) em Ribeirão Preto, SP
Divulgação
🌞 ‘O Sol Nasceu para Todos’: luta e esperança
O artista compartilhou o que inspirou sua criação da série “O sol nasceu para todos”, uma das mais famosas da carreira.
“O ‘Sol Nasceu para Todos’ foi uma criação assim porque eu nunca tive uma casa para morar, nem a minha família. Então, eu comprei um terreninho e eu e minha esposa começamos a construir essa casa. E aí veio a inspiração para colocar ‘O Sol Nasceu para Todos’ em todas as minhas obras, uma criação que eu tenho de casarello.”
Com técnicas aprendidas de forma autodidata, Macalé transformou vivências pessoais em obras de profundo impacto social e cultural.
Da série ‘O sol nasceu para todos’ de Macalé
Reprodução/Carol Koff
✊🏿 Arte como força contra o racismo
Quando questionado sobre a relação entre arte e combate ao racismo, Macalé foi direto.
“Bom, para mim, eu era um cara invisível, ninguém me via. E a arte me trouxe para frente. Hoje, as pessoas me conhecem e me respeitam.”
Desde cedo, ele conta que enfrentou preconceitos e usou a criatividade como resposta.
“Eu já trabalhei em vários empregos. Eu trabalhei em corte de cana, na fazenda eu fiz quase todos os trabalhos. Eu fiz trabalho de decoração, trabalho em esculturas, pintura, tudo que aprendi sozinho. E a arte me ajudou e está ajudando a ser reconhecido.”
Da série ‘O sol nasceu para todos’ de Macalé
Divulgação
🎨 Inspiração para as novas gerações
Macalé compartilhou a dificuldade de ser um artista negro e as barreiras que enfrentou em sua trajetória. Ele também revelou como sua jornada artística começou de forma simples, ao lado da filha Márcia.
“Sim, é muito difícil. Um artista negro, pobre financeiramente, mas muito rica a minha criação. Me despertou foi quando a Márcia tinha 4 aninhos, mais ou menos, eu comecei a brincar com ela com os restos de tinta que eu ganhei, 5 tubinhos de tinta óleo e 1 pincel. Aí eu comecei a brincar com ela, fazer, eu também não sabia. Praticamente, nunca trabalhei com tinta óleo. Os meus trabalhos são inteirinho de papelão, não tem nada comparado.”
Da série ‘Multidões’ de Macalé
Reprodução/Carol Koff
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✋🏿 ‘Acabar com esse racismo’
Sobre a mensagem que deixa para os jovens que buscam inspiração em sua história, Macalé disse desejar que todos tenham oportunidades.
“Para os jovens, eu desejo que todos tenham um lugar no sol e que todos estudem bastante, porque só o estudo, a educação pode arrumar um lugar no sol para eles.”
Quadro da série ‘O sol nasceu para todos’ em homenagem ao artista por crianças de uma escola
Divulgação
Por fim, o artista reforçou a importância do Dia da Consciência Negra, celebrado na última quarta-feira (20).
“O Dia da Consciência Negra, eu gostaria que fosse um dia que todo mundo fosse feliz e acabar com esse racismo que é velado no Brasil”, completou.
Exposição no Galpão de Arte do Museu Casa de Portinari em Brodowski, SP
Reprodução/Vanderlei de Souza Jr
*Sob a supervisão de Helio Carvalho
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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe