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Crime da 113 Sul: documentário revisita um dos casos mais emblemáticos de Brasília

By 23 de fevereiro de 2025No Comments
Em um apartamento elegante da quadra da Asa Sul 113 Sul, o ex-ministro do TSE José Guilherme Villela, sua esposa Maria Carvalho Villela e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva foram encontrados mortos com mais de 70 facadas. ‘Crime da Asa 113’: assassinato de casal de Brasília e a empregada deles pode ter reviravolta na Justiça
No dia 28 de agosto de 2009, um crime brutal e repleto de enigmas entrou para a história da capital federal. Em um apartamento elegante da quadra da Asa Sul 113 Sul, o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral José Guilherme Villela, sua esposa Maria Carvalho Villela e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva foram encontrados mortos com mais de 70 facadas.
Os detalhes desse que é um dos casos mais emblemáticos da história de Brasília são esmiuçados no documentário original Globoplay: “Crime da 113 Sul.”
“A pessoa vai se sentir como se fosse um jurado no júri. Ela vai ver diante dela todos os argumentos da defesa contrapostos com os argumentos da acusação e vice-versa. E a partir daí, a ideia é que ela consiga formar um juízo”, destaca o repórter e roteirista da série, Reynaldo Turollo Jr.
Filha do casal apontada como mandante
Não havia testemunhas e nem sinais de arrombamento. Com joias e dólares desaparecidos, levantou-se a hipótese de um latrocínio – roubo seguido de morte. Mas, na contramão de uma investigação criminal convencional, a polícia do Distrito Federal tomou um rumo inesperado: antes de identificar os executores, focou em quem poderia ser o mandante e apontou a filha do casal, Adriana Villela.
Os investigadores se basearam principalmente em cartas que a mãe de Adriana havia escrito para a filha. Numa delas, dona Maria diz que:
“a paciência se esgotou. Que ela espera que Adriana jamais pegue o telefone para faltar com o respeito com quem quer que seja, principalmente com os pais (…). A mãe pede que o casal seja deixado em paz para poder juntar dinheiro para satisfazer as exigências da filha.”
A defesa de Adriana, que na época do crime ganhava mesada de R$ 8.500 os pais, argumentou que houve a invenção de uma culpa. A promotoria respondeu que havia muitas outras provas do chamado “crime de mando” e denunciou Adriana.
Investigação polêmica e reviravoltas
A polícia chegou a três suspeitos, mas quem apontou os nomes foi uma vidente sem qualquer conhecimento do caso. A primeira delegada responsável, Martha Vargas, foi condenada por forjar provas, incluindo plantar uma chave do apartamento entre os pertences de um dos acusados pela vidente. Mais tarde, as investigações comprovaram que nenhum dos três tinha qualquer relação com o crime.
Somente um ano e três meses depois do indiciamento de Adriana, surgiram os nomes de Leonardo Campos Alves, ex-porteiro do prédio, e do sobrinho dele, Paulo Cardoso Santana. Os dois confessaram que entraram no apartamento para roubar e negaram haver um mandante. Até que Leonardo mudou a versão: nega que tenha estado no apartamento – teria ficado esperando na rua –, inclui mais um suspeito, Francisco Mairlon Aguiar, de quem tinha sido vizinho, e passa a acusar Adriana de ser a mandante para ficar com os bens dos pais.
Condenação e reviravoltas
Dez anos depois do crime, Adriana Villela foi a júri popular. Os três executores já tinham sido condenados a penas entre 55 e 62 anos de prisão. Em 2019, Adriana recebeu pena de 67 anos e meio, mas saiu do tribunal em liberdade, pois sua defesa pediu ao STJ a anulação do júri, alegando que não teve acesso a todas as provas.
A equipe de reportagem da TV Globo Brasília passou um ano analisando documentos, vídeos inéditos e depoimentos que reforçam lacunas na acusação contra Adriana. No documentário, ela concede sua primeira entrevista detalhada sobre o caso.
“Eu sempre trabalhei com projetos sociais. Às vezes, conseguindo recursos públicos. Quando eu não conseguia recursos públicos, eu ia atrás do meu ‘paitrocínio’, afirma Adriana.
Outro ponto controverso envolve um dossiê escrito à mão, encontrado em uma fossa sanitária no interior de Minas Gerais. No documento, um parente de Leonardo afirma que o crime foi encomendado por Adriana. A defesa de Adriana contesta.
Pedido de anulação
Em 2024, a ONG Innocence Project conhecida por atuar em casos de condenações injustas, entrou no caso. Advogados da organização entrevistaram Paulo Cardoso Santana, um dos condenados, que afirmou que nem Francisco Mairlon nem Adriana tiveram envolvimento no crime.
A única chance de reviravolta está agora nas mãos do Superior Tribunal de Justiça (STJ), que marcou para o dia 11 de março o julgamento do pedido de anulação do júri que condenou Adriana Villela. Se o júri de 10 anos atrás for anulado, haverá um novo julgamento.
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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe