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Desafios da Metrópole: agritechs ganham força e se expandem no entorno da ‘Capital do Agronegócio’

By 1 de janeiro de 2025No Comments

Impulsionadas pela vocação regional no campo, empresas de base tecnológica movimentam hubs de inovação e investimentos em cidades como Sertãozinho e Jaboticabal. Momento de saturação de ideias pede mais assertividade dos empreendedores. Diego Moraes (à direita) e os sócios da IA Sense, agritech da região de Ribeirão Preto (SP)
Divulgação/IA Sense
Quando fundou sua startup em Sertãozinho (SP), o engenheiro de computação e PhD em inteligência artificial e visão computacional Diego Moraes, de 37 anos, ainda não sabia aonde chegariam suas aplicações avançadas de imagem, até então utilizadas para uma rede de hiperconveniências.
Três anos depois, a empresa acumula premiações, um portfolio de clientes de todo o país e trabalha focada em soluções para o agro, principalmente no controle de pragas na cana-de-açúcar e o eucalipto. Um processo que levaria dias, por exemplo, é reduzido a segundos.
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“Hoje o pessoal vai ao campo e coloca uma armadilha e uma vez por semana ele tem que ir lá para ver quantos insetos têm. E hoje ele faz essa contagem visual, ele anota no papel e vai embora. A gente fez um aplicativo que tira foto, pega a geolocalização, envia para a nuvem, a IA processa e devolve isso pra ele. A IA faz a contagem, já sabe o local que você está, a georreferência, agiliza muito”, explica o sócio da IA Sense, um dos protagonistas da expansão das agritechs na região de Ribeirão Preto (SP), já chamada de capital do agronegócio.
Esta reportagem faz parte do especial “Desafios da Metrópole”, série do g1 que mostra os potenciais e os dilemas da região de Ribeirão Preto (SP) nas áreas da inovação, saúde, segurança pública, mobilidade e economia.
A inovação não é uma novidade em Ribeirão Preto (SP), que há anos se destaca em áreas como saúde e educação nas aplicações que desenvolve em polos como o Parque de Tecnologia (Supera). Mas, recentemente, essa vocação para criar soluções de base tecnológica tem se expandido para a região e se consolidado com outra marca registrada, bem mais tradicional, ligada à forte atividade agropecuária.
Segundo o “Ecossistema de Inovação”, relatório anual do Supera, em parceria com a Prefeitura e a USP, atualmente são 328 startups mapeadas na região metropolitana, 81% a mais do que em 2019, além de sete hubs de inovação.
De acordo com o levantamento, as agritechs estão entre os setores mais promissores e presentes não só na maior cidade da região como também em municípios como Sertãozinho e Jaboticabal (SP). São 44 empresas, mais que o triplo do registrado em 2019, e um crescimento médio anual de 34%.
Sede da InovaJab, incubadora de empresas de base tecnológica em Jaboticabal (SP)
Divulgação/ InovaJab
“Você tem uma massa crítica muito grande aqui dentro [do estado]. Se a gente pegar a [Rodovia] Anhanguera, a Washington Luís e a [Brigadeiro] Faria Lima, você tem veias que correm dentro do estado de São Paulo e no entorno dessas veias você tem muitos ambientes de inovação fortalecidos”, afirma David Lopes, professor da Unesp e um dos fundadores da Inova Jab, incubadora de empresas de base tecnológica em Jaboticabal.
A cidade é a segunda da região com mais startups. Desde 2017, a incubadora já acolheu 15 empresas, entre elas quatro que já atuam no mercado, instaladas no município mas com clientes em diferentes partes do país.
Campus da Unesp em Jaboticabal, SP
Aurélio Aureliano/EPTV
Entre as inovações estão soluções focadas em sustentabilidade e bioinsumos como controle biológico de pragas na cana-de-açúcar e elaboração de dietas para aves de criação. “Já são empresas que construíram seus segmentos de negócio, estão vendendo, gerando recursos para se manter e continuar com a atividade.”
Em Sertãozinho, um dos protagonistas das inovações no campo é o Bio Energy Hub. Criado em 2020 a partir de uma maratona de inovação na Fenasucro, um dos maiores eventos de bioenergia do mundo, ele abriga 20 startups, direcionadas para a agroindústria, explorando as diferentes possibilidades de culturas como milho, soja, eucalipto, além da cana.
Marcos Eduardo de Oliveira, founder e CEO da Bio Energy Hub
Divulgação/ BioEnergy Hub
Nanotecnologia no enraizamento, fertilizantes foliares para diversas culturas, soluções robóticas de limpeza para ambientes confinados, micrologística de colheita e simulação de cenários de colheita com inteligência artificial são apenas algumas das aplicações desenvolvidas ou em desenvolvimento no complexo, que presta consultoria e apoio desde a elaboração e aceleração de negócios à captação de recursos externos.
“O hub foi bem focado no setor de cana-de-açúcar, mas depois o que acabei vendo, várias soluções que atendem o setor de cana, atendem outros setores também”, afirma Marcos Eduardo de Oliveira, founder e CEO da Bio Energy Hub.
Em 2024, entre investidores e agências de fomento, o hub recebeu R$ 5 milhões de aportes. Para 2025, como há muitas empresas em estágio inicial, ele espera que o faturamento das startups seja dez vezes maior.
“Como a gente tem desse portfolio metade que ainda não está faturando, a gente acredita nesse potencial de crescimento.”
Entre as startups que já atuam no mercado, a IA Sense teve um crescimento de 70% no faturamento com relação a 2023 e projeta elevar os ganhos em 120% em 2025.
“Está começando agora. A tecnologia existe faz anos, desde a década de 1970, mas não tinha hardware disponível para rodar. Nem na nuvem, nem na borda, não tinha computador potente. Hoje em dia você tem, eles são baratos e se tornam acessíveis, então a gente consegue aplicar IA em tudo”, afirma Diego Moraes.
Segundo o CEO da empresa, embora as oportunidades de negócio surjam de diferentes locais do país, a região de Ribeirão Preto ajuda a impulsionar as atividades pelo próprio fato de ter a atividade agropecuária no DNA.
“Pra nós não é nada por acaso. (…) A gente escolheu lançar produto no agro justamente pela região, [a gente] foi estudando mercado para a cana-de-açúcar, porque a gente está muito abastecido aqui na região, de usinas, não só como serviço, mas o próprio produto foi escolhido a dedo. A região é muito abastecida.”
Tradição canavieira ajuda a impulsionar movimento de agritechs na região de Ribeirão Preto
Ceise Br/ Divulgação
Desafios: mercado ‘saturado’ e amadurecimento
O que os hubs de inovação da região de Ribeirão Preto experimentam é reflexo de um cenário mais amplo em âmbito nacional. As agritechs atraíram entre janeiro e setembro deste ano R$ 955 milhões em investimentos, segundo o Startup Scanner, sondagem de mercado da consultoria especializada Liga Ventures.
Isso já indica um patamar acima do registrado durante a pandemia da Covid-19 e uma tendência de se equiparar aos números de 2023, com R$ 1,2 bilhão, embora, no acumulado de janeiro a setembro, tenha havido uma queda de 16% no montante.
O que os números indicam têm relação com um cenário de acomodação do crescimento das empresas do setor, depois de um boom observado anos atrás, de acordo com o professor David Lopes.
Ele analisa que, depois da absorção de muitas ideias por parte de grandes das empresas, houve uma saturação de novas soluções e uma redução na demanda, o que tem pedido dos empreendedores mais assertividade e maturidade de ideias para fazer com que seus projetos se convertam em novos negócios.
“Dentro de um processo de desenvolvimento tecnológico, de agricultura digital, de agriculturas voltadas para bem-estar animal, voltadas para soluções de mudanças climáticas, vejo que a gente tem hoje um estágio de amadurecimento dessas tecnologias e que os empreendedores estão mais atentos nesse momento a estarem sendo mais assertivos para onde vão estar posicionando seus negócios, acabou-se gerando muitas startups e digamos para pouca demanda efetivamente no mercado”, diz.
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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe