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Dezenas de prêmios e turnê intensa: veja a trajetória do filme ‘Ainda Estou Aqui’ até o Oscar

By 2 de março de 2025No Comments

Reconhecimento começou a ser construído há seis meses, quando o longa ganhou o primeiro dos 39 prêmios que já acumulou até agora. Para badalar o filme, Fernanda Torres e equipe rodaram o mundo. Oscar: Reconhecimento ao filme “Ainda Estou Aqui” começou há seis meses
Todo o reconhecimento do filme “Ainda Estou Aqui” começou a ser construído lá atrás, há seis meses, quando o longa ganhou o primeiro dos 39 prêmios que já acumulou até agora. Para badalar o filme, Fernanda e a equipe rodaram o mundo, numa turnê intensa.
Foram seis meses de campanha. A estreia internacional foi no Festival de Veneza, na Itália. O público aplaudiu o filme de pé por 10 minutos. Resultado: prêmio de melhor roteiro.
“Quando a gente foi para Veneza e o filme teve aquela recepção, eu limpei tudo o que eu tinha pela frente, tudo de convite de trabalho, de peça”, lembra a atriz Fernanda Torres.
Para o ator Selton Mello, a noite em Veneza foi “uma das coisas mais emocionantes que a gente já viveu na vida”.
‘Representante do país’
De lá para cá, Fernanda Torres se tornou “embaixadora” do filme. “E aí começou uma coisa que é você não só ser uma espécie de representante do filme, como do seu país”, diz.
A atriz percorreu quase 100 mil quilômetros entre festivais, premiações e exibições.
“Então, fomos a Veneza, Toronto, Nova York, Los Angeles. Lançamos no Brasil, voltamos para fazer Inglaterra. E é esse processo de fazer sessão atrás de sessão”, afirma.
“Um filme em português, simplesmente, você começa a tentar que o filme seja visto.”
Fernanda passou o aniversário em Nova York, em setembro. “Olha que loucura, descobri que o meu aniversário é no dia da independência do México. Olha aqui, vai ter uma parada tipo carnaval”, disse, no dia, em uma gravação de vídeo.
Quatro países depois, hora de voltar para casa. Mas para continuar a jornada. Ao lado do diretor Walter Salles e da mãe, Fernanda Montenegro, Fernanda participou da pré-estreia brasileira do filme.
“Eu fico pensando: sabe quando tem retrospectiva de cinema brasileiro? Vai entrar o ‘Ainda Estou Aqui'”, reflete Fernanda Torres.
“O Brasil, no caso do filme, rolou uma coisa de paixão nacional. E acho que isso foi lindo. Houve uma espécie de orgulho que a gente estivesse sendo representado pela nossa cultura, pelo nosso cinema”, acrescenta a atriz.
Selton Mello, Fernanda Torres e Walter Salles.
Reprodução/TV Globo
Maratona de festivais e entrevistas
Em outubro, uma maratona de festivais em Los Angeles. E outra de entrevistas, ao lado de Selton Mello.
“É como a Fernanda diz: é um filme sobre família”, declarou Selton Mello em uma das conversas.
A jornalista Sandra Coutinho diz a Selton: “Você também deu entrevista em tudo quanto é língua”.
“Ixe, Maria! A gente vai dando entrevista, vai melhorando — o inglês também, principalmente. Eu, quando vou para o espanhol, fica péssimo. Fica um ‘portunhol’ maluco”, brinca o ator.
Fernanda Torres diz que, mesmo errando, conseguiu falar outra língua, “ser eu mesma em outra língua, explicar quem eu sou, qual é o meu país e de onde a gente vem”.
O Globo de Ouro
A atriz estava em Londres quando recebeu a notícia da indicação ao Globo de Ouro na categoria melhor atriz de drama.
No dia 5 de janeiro, Fernanda Torres se tornou a primeira atriz brasileira a vencer o Globo de Ouro, mais de duas décadas depois da indicação da mãe dela, Fernanda Montenegro, ao mesmo prêmio.
“É claro que eu quero dedicar à minha mãe. Vocês não têm ideia. Ela estava aqui há 25 anos”, disse, na ocasião da premiação.
“O que ficou para você desse momento?”, pergunta a jornalista Sandra Coutinho.
“Eu ganhei o Globo de Ouro. Era inacreditável. Era a Nicole Kidman, a Angelina Jolie, a Tilda Swinton, a Kate Winslet. Foi um choque. Mas, quando eu estava andando, a Kate olhou para mim e me aplaudiu. E ela estava feliz. Porque é sempre bonito quando o azarão ganha, né? Todo mundo se sente um pouco feliz pelo azarão que ganha”, brinca Fernanda.
E lá foi ela para uma nova maratona de entrevistas. Não é qualquer um que pode contar que foi parado por um fiscal de aeroporto por causa de um Globo de Ouro na mala.
“É um Globo de Ouro! Ele disse: ‘Posso ver que é um Globo de Ouro. Como você conseguiu isso?’ Eu disse: ‘Ganhei melhor atriz de drama!'”, relembra Fernanda.
Outros prêmios — e o Oscar
A atriz conseguiu uns dias para descansar em Portugal, quando “Ainda Estou Aqui” foi eleito o melhor filme ibero-americano no Prêmio Goya, considerada o Oscar do cinema espanhol.
Dias depois, Fernanda voou com a equipe do filme para o Prêmio BAFTA, em Londres, e abraçou outra concorrente ao Oscar de melhor atriz, Demi Moore, pelo filme “A Substância”.
“É uma mulher incrível. Mulher legal, sabe?”, diz Fernanda.
E é no Oscar — a premiação mais importante do cinema — que elenco e equipe de “Ainda Estou Aqui” estão focados agora.
“Um filme em português. É um milagre ele ter chegado a essas três indicações. Indicação de melhor filme. Você não pode terminar o que aconteceu com esse filme com uma sensação de decepção”, diz Fernanda Torres.
“Então, todo mundo que está ali aquela noite já ganhou. Todo mundo merece. Acho que o de atriz vai para a Demi.”
Selton Mello acredita que será uma noite muito especial. “Isso porque o filme é lindo e as pessoas estão comovidas com o filme e encantadas com o nosso trabalho.”
Se não ganhar, diz Fernanda, “vamos celebrar, dançar muito e dizer que foi incrível”.
“Vamos ser felizes. Carnaval no Brasil, sabe? Eu estou vendo tudo o que está acontecendo aí. Boneco de Olinda”, destaca, em referência às homenagens à atriz em diversos blocos pelo país.
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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe