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É #FAKE que vídeo mostre gigante em São Thomé das Letras

By 8 de outubro de 2024No Comments

Vídeo com pessoas comuns no mesmo local mostra efeito similar. Especialistas apontam ilusão de ótica. É #FAKE que vídeo mostre gigante em São Thomé das Letras
Circulam nas redes sociais vídeos em que pessoas alegam ter avistado um homem gigante em São Thomé das Letras. É #FAKE.
selo fake
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Um dos vídeos, intitulado “cara gigante em São Thomé das Letras” alcançou mais de 300 mil visualizações em duas semanas. Enquanto a câmera filma uma pessoa a distância, pessoas no vídeo dizem: “Tem um cara gigante ali” ou “o cara do tamanho da árvore, galera”, e ainda: “o pôr-do-sol nem apareceu, mas apareceu um gigante lá no pôr-do-sol”. A câmera mostra então pessoas próximas e depois fixa no suposto gigante. Alguém diz: “Olha aqui embaixo o tamanho dos caras e olha o tamanho do cara [o suposto gigante].”
Não é verdade que o vídeo mostre um gigante em São Thomé das Letras. Uma nova gravação do vídeo no mesmo lugar, filmando pessoas de estatura normal, mostra que elas também parecem maiores do que realmente são. Especialistas consultados pelo Fato ou Fake apontam que a impressão é causada por ilusão de ótica.
A pedido do Fato ou Fake, Thaís Machado, assessora de comunicação social da Prefeitura de São Thomé das Letras, levou duas pessoas ao ponto onde o vídeo viral foi filmado para fazer uma reconstituição da cena.
É #FAKE que vídeo mostre gigante em São Thomé das Letras
Reprodução
Thaís ficou posicionada em um ponto turístico conhecido como “Pirâmide”, de onde as pessoas se reúnem para observar o pôr do sol. Duas pessoas, uma mulher de 1,61 metro um homem de 1,79 metro, foram para o local onde o suposto gigante foi visto.
Thais fez um vídeo e deu zoom na câmera para mostrar ambos. É possível observar que, tal qual o falso “gigante”, eles também parecem alcançar a altura árvores ou ficar acima delas.
Veja os passos da checagem
O vídeo viral identifica onde o registro foi feito, mas foi preciso checar. O Fato ou Fake consultou um guia turístico segundo o qual a imagem foi feita a partir da “Pirâmide”, em São Thomé das Letras. Imagens do Google Maps confirmaram a localização.
Em seguida, o Fato ou Fake consultou o perito em crimes digitais Wanderson Castilho, que não viu sinais de manipulação do vídeo. “Não tem nenhuma edição. Na verdade é uma ilusão de ótica. Ele está em um nível mais alto do que a árvore. A árvore parece ser uma árvore de seis, sete metros, mas na verdade é uma árvore menor. O zoom dá a impressão de que ele está do mesmo tamanho que a árvore”, diz.
Outro passo foi tentar identificar o homem filmado. Ele não foi encontrado. Publicações nas redes sociais especularam sobre a identidade deles: dois homens de mais de 2 metro de altura foram apontados como sendo o gigante do vídeo; ambos negaram ao Fato ou Fake. Um deles foi o influencer Thanos, de 2,17 metros.
A etapa seguinte foi mostrar o vídeo a acadêmicos, escritores e neurocientistas que pudessem ajudar a entender o fenômeno.
Autor dos livros “Mentes brilhantes”, “Mentes geniais” e “Mentes fantásticas”, o escritor Alberto Dell’Isola afirma que a ilusão de ótica é a melhor explicação. “Quando temos muitos objetos distantes, temos dificuldade em avaliar o tamanho deles. Por isso é tão comum as pessoas tirarem fotos fingindo que carregam a Torre de Pisa ou que estão tocando o topo da pirâmide do Louvre.” Ele aponta um exemplo em vídeo. “No vídeo de São Thomé das Letras, existe um zoom que acaba favorecendo esse tipo de engano”, diz.
Pós-graduado em neurociência, o matemático Conrad Élber Pinheiro, do canal Professor Guru, analisou as imagens e conclui que “pode-se afirmar, categoricamente, que não se trata de um gigante.” Na verdade, podemos dizer que se trata apenas de uma ilusão de ótica. “Uma ilusão de ótica pode ser definida como sendo uma percepção visual que diverge da realidade física causado por uma confusão gerada no cérebro a partir do que é enxergado.”
Ele diz que a neurociência explica o fenômeno. “O nosso cérebro armazena em seu inconsciente milhões de informações adquiridas ao logo da vida, incluindo objetos, formas e tamanhos. Porém, essas informações não são armazenadas de forma isolada: através de um processo cognitivo, realizado por sinapses neurais, nosso cérebro estabelece relações entre as imagens que vemos ao longo da vida e cria padrões. Veja:
Quando se pensa em uma árvore e uma pessoa, imediatamente o cérebro busca uma relação entre elas e traz ao nosso consciente uma relação pré-estabelecida, conforme ilustra a imagem: uma pessoa é relativamente pequena ao se comparar com uma árvore.
Conrad Elber Pinheiro
Possivelmente, você imaginaria que se trata de um “gigante” ou que é ima pessoa ao lado de uma pequena árvore. Porém, nosso cérebro também é muito criativo, além de “não admitir” coisas incompletas. Então, ele imagina o restante da figura, mesmo sem haver um contexto explícito, e traz algum tipo de percepção. A criatividade humana faz com que a ideia de um “gigante” seja muito mais interessante do que a ideia de uma pessoa ao lado de uma árvore pequena (algo que nosso cérebro encara como sendo monótono).
Conrad Elber Pinheiro
Porém, quando nossa visão percebe todo o contexto, a criatividade é minimizada e a parte racional predomina. Na figura a seguir, temos um contexto mais completo: uma pessoa sobre uma superfície ao lado de uma árvore. Nosso cérebro sabe a altura média das pessoas e considerando que a pessoa está sobre uma superfície, isso faz nosso cérebro concluir, de forma mais racional e menos criativa, de que a árvore não é tão grande.
Conrad Elber Pinheiro
Em resumo, o processo de criação da ilusão de ótica envolve várias regiões do cérebro, sendo as principais o lobo occiptal (que processa as imagens e envia as informações para outras regiões do cérebro), córtex visual (que processa as informações captadas pelos olhos de forma consciente), lobo parietal (que ajuda a criar uma representação mental daquilo que nossos sentidos captam) e lobo temporal (relacionado à memória e reconhecimento dos objetos).
Dell’Isola explica que gigantes não existem por um motivo bem simples: matemática. “Quando se aumenta o tamanho de um objeto tridimensional, como o corpo humano, o volume cresce de acordo com o cubo das dimensões, enquanto a área de superfície aumenta apenas com o quadrado. Por exemplo, se uma pessoa dobrasse de altura, sua área superficial aumentaria por um fator de 4 (2²), enquanto seu volume aumentaria por um fator de 8 (2³). Esse aumento desproporcional no volume em relação à área geraria problemas fisiológicos sérios. Um corpo gigante precisaria de muito mais sustentação e recursos biológicos, como oxigênio e nutrientes, mas suas pernas e ossos não teriam força suficiente para suportar o peso adicional.”
É #FAKE que vídeo mostre gigante em São Thomé das Letras
Reprodução
Fato ou Fake explica
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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe