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Entenda como rebanho de búfalos invasores cresceu 138 vezes em 70 anos e virou alvo de ação judicial milionária em Rondônia

By 16 de fevereiro de 2025No Comments

Governo de Rondônia importou animais com o objetivo de utilizar a carne e o leite para consumo, mas projeto foi abandonado. Pesquisadores alertam que animais estão causando desequilíbrio ambiental. Mais de 4 mil búfalos selvagens vivem sem monitoramento e degradando Reservas Ambientais há mais de 50 anos em Rondônia
AFP Photo/Tony Karumba
Atualmente, eles vivem entre a Reserva Biológica (Rebio) Guaporé, a Reserva Extrativista (Resex) Pedras Negras e a Reserva de Fauna (RefaPau D´Óleo, no oeste de
Um rebanho de búfalos selvagens invasores, que se reproduz sem controle em Rondônia, está no centro de uma ação judicial milionária. Segundo o Ministério Público Federal (MPF), os animais não são nativos das reservas biológicas onde vivem atualmente e estão causando graves impactos ambientais, incluindo a extinção de espécies da fauna e da flora, além da alteração no curso de lagos.
Em uma Ação Civil Pública na Justiça, o MPF pede que o governo de Rondônia e o Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) garantam a erradicação e o controle desses animais na região. Além dos danos às reservas, o processo cita também a preocupação com o risco sanitário, já que os búfalos não são vacinados.
O MPF pede ainda que o Estado pague uma indenização de R$ 20 milhões por danos morais coletivos, a ser destinada a ações de reflorestamento nas unidades de conservação estaduais e federais em RO. E que o ICMBio fique responsável por elaborar um plano de controle e erradicação da espécie invasora.
O processo foi ajuizado no dia 31 de janeiro e ainda vai ser analisado pela 2ª Vara Federal Cível e Criminal Seção Judiciária de Ji-Paraná (RO).
Búfalos selvagens em Rondônia
Arte g1
🔎Os búfalos são nativos da Ásia e foram transportados para a Fazenda Experimental Pau D’Óleo (posteriormente transformada em Reserva de Fauna), em Rondônia, como parte de um projeto do governo estadual voltado para o comércio de carne e leite. O primeiro rebanho chegou em 1953, com 36 animais.
Após o fracasso do projeto e seu consequente abandono, os búfalos passaram a se reproduzir livremente, atingindo cerca de 5 mil cabeças, segundo o MPF. Em cerca de 70 anos, o rebanho cresceu 138 vezes. Estima-se que, até 2030, essa população possa chegar a 50 mil animais.
Atualmente, os animais vivem entre a Reserva Biológica (Rebio) Guaporé, a Reserva Extrativista (Resex) Pedras Negras e a Reserva de Fauna (Refau) Pau D’Óleo, no oeste de Rondônia, uma região entre a Floresta Amazônica e o Cerrado em que habitam espécies ameaçadas de extinção, como o cervo-do-pantanal e a onça-pintada, que disputam território com essa espécie invasora.
🔎As reservas biológicas são a categoria de proteção ambiental mais restritiva em Rondônia. As únicas atividades permitidas nessas áreas são a educação ambiental e pesquisas científicas. No entanto, algumas famílias ainda vivem nesses locais, pois já residiam ali antes da criação das unidades de conservação.
Por estarem em um ambiente inadequado, os búfalos não enfrentam predadores naturais que possam controlar sua população. Essa questão foi abordada na pesquisa”O Bubalus bubalis invasor pode reduzir pela metade a área alagada em um sítio Ramsar na Amazônia Ocidental” (em tradução livre), realizada pela mestre em Ciências Ambientais Lidiane Silva.
“Como espécie exótica invasora de grande porte, com comportamento agressivo e gregário, os búfalos não sofrem pressão significativa de predadores, e até mesmo os filhotes são difíceis de capturar devido ao cuidado parental”, explicou o estudo.
Em um estudo intitulado“Búfalos Ferais (Bubalus bubalis) em Áreas Protegidas: um estudo de caso na Reserva Biológica do Guaporé, RO”, publicado na Revista Eletrônica do ICMBio, pesquisadores citam que realizaram sobrevoo na área das reservas em 2010 e puderam perceber a clara diferença entre as áreas ocupadas e as áreas livres de búfalo.
Atualmente vivem mais de 4 mil búfalos selvagens na região do Vale do Guaporé
Acervo NGI Cautário-Guaporé
Um dos principais objetivos da criação da Rebio Guaporé é a proteção dos campos naturalmente alagados, que fazem parte da biodiversidade local. As lagoas se formam nas áreas mais baixas a partir da água da chuva ou dos rios que atravessam a reserva. No entanto, as trilhas abertas pelos búfalos acabam formando canais que desviam a água para outras regiões.
“O hábito dos animais utilizarem as mesmas trilhas provoca alargamento das mesmas. Como consequência, as trilhas se transformam em carreiros e estes, com o uso, se tornam canais. Se a utilização dos canais se mantiver, tornam-se grandes canais, que podem possuir até 3 metros de largura e 1 metro de profundidade”, apontou a pesquisa.
Após análise desse e de outros pontos, a pesquisa concluiu que “a presença dos búfalos ferais é uma ameaça às populações, comunidades e ecossistemas naturais”.
O estudo feito posteriormente por Lidiane Silva aponta que a ocupação dos búfalos selvagens causou a redução de 48% da superfície da água nas área entre Cerrado e Floresta Amazônica.
Para a pesquisadora, os búfalos se tornaram selvagens porque foram abandonados por décadas, sem contato humano e sem monitoramento. Lidiane descreve as primeiras áreas ocupadas pelos búfalos na Rebio do Guaporé como um deserto.
“Você olha de cima e acha que é rio. Nesses locais não cresce mais nada”, apontou Lidiane.
Área dentro de reserva ambiental prejudicada pelo comportamento dos búfalos
Acervo NGI Cautário-Guaporé
Por que o manejo dos búfalos é tão delicado?
Especialistas ouvidos pelo g1 apontam, principalmente, a logística e o alto custo. As áreas onde os búfalos vivem são de difícil acesso, sem estradas ou outros caminhos terrestres, o que torna o transporte dos animais praticamente inviável. Pesquisas realizadas na região buscam alternativas para solucionar o problema.
O MPF acionou o governo do Estado e o ICMBio na Justiça para pedir o desenvolvimento de um plano eficiente e articulado de controle com precação com o meio ambiente e através de um meio que cause o menor sofrimento aos animais.
Veja, abaixo, detalhes do pedido do MPF:
ao ICMBio
apresentar, no prazo de 10 meses, um plano de controle e erradicação da espécie invasora, estabelecendo métodos que causem o menor sofrimento possível aos animais e ao meio ambiente
ao governo de Rondônia
ceder recursos financeiros,servidores públicos e equipamentos para serem usados na execução do plano
pagar uma indenização de R$ 20 milhões por danos morais coletivos a serem destinados a ações de reflorestamento das unidades de conservação estaduais e federais de Rondônia
O que dizem os citados no processo
O governo de Rondônia informou que “está trabalhando na elaboração de um projeto que inclui o levantamento dos impactos ambientais causados pela presença dos búfalos” e um plano de mitigação. No entanto, destaca que o fato de os animais serem selvagens torna o controle mais difícil.
O Estado também afirmou que há uma lei vigente que regulamenta medidas para a erradicação dos búfalos, mas que ainda não foi implementada porque, por se tratar de uma legislação estadual, ela não se aplica diretamente à Rebio Guaporé, uma unidade de conservação federal sob a gestão do ICMBio.
Já o ICMBio declarou que “estuda tecnicamente a melhor alternativa para a retirada dos búfalos, considerando as dificuldades logísticas para a destinação desses animais selvagens, diante da geografia do local”. Sobre a ação do MPF, o instituto afirmou que “os prazos judiciais estão sendo observados”.
Búfalos selvagens que vivem sem monitoramento causam alterações em reservas ambientais
Acervo NGI Cautário-Guaporé

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe