Transportadoras do Distrito Federal têm sido alvo de um esquema de furtos de peças de caminhão. De acordo com representantes da categoria, os ladrões têm interesse no módulo do motor dos veículos mais recentes — peça que é vendida por cerca de R$ 60 mil.
Há casos de donos de transportadoras que sofreram três furtos em um intervalo de 20 dias.
O custo de um caminhão completo pode chegar R$ 1,5 milhão. Os modelos mais recentes são computadorizados e equipados com o módulo — também chamado de “cérebro” do caminhão. “Sem ele, o caminhão não funciona”, conta Eliseu Júnior, dono de uma transportadora do DF.
Em apenas um dia, 4 de agosto, Eliseu teve três caminhões furtados. Um dos veículos foi levado em Luziânia, no Entorno do DF. Os outros dois, em um posto de Planaltina. Em todos os casos, os bandidos levaram os módulos dos motores.
Eliseu afirma que, entre os colegas de profissão, há recorrentes relatos de furtos do tipo. “Em Cristalina há muitos casos. Em uma noite, foram cinco módulos roubados em Orlândia, São Paulo”, diz.
Após o módulo do motor ser levado, os donos de transportadores precisam comprar novos, pois, sem eles, “nada funciona”. “Isso fora os dias parados, o prejuízo com a carga, a falta da pontualidade na entrega”, completa Eliseu.
Ações em grupo
Procurada, a Polícia Civil do DF (PCDF) informou que não possuí o recorte de quantos casos de furtos de itens de caminhões foram registrados neste ano. Porém, os representantes da categoria garantem que a prática cresce e segue atrapalhando a prestação dos serviços.
Outra vítima desse tipo de furto, que prefere não se identificar, conta que teve itens do caminhão furtados na porta de casa. “Eram umas 2h da madrugada. Dois homens em um carro pararam, e roubaram as boias do tanque”, diz o morador de Cristalina, Entorno do DF. “Está difícil de trabalhar desse jeito.”
Em abril deste ano, o Metrópoles mostrou que um grupo de homens furtou baterias de caminhões e materiais de construção de um galpão durante a madrugada em Águas Claras.
Nas imagens das câmeras de segurança do local, foi possível ver um homem escalando o muro para ter acesso ao galpão. Veja:
