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Falhas de diagnósticos e erros em prescrição mataram 200 pessoas no DF

By 5 de março de 2025No Comments

O Distrito Federal registrou mais de 27 mil falhas em assistência à saúde no período de um ano. De 27.241 casos, 194 resultaram em morte do paciente. Do total de óbitos, 23 tiveram como causa o quadro de broncoaspiração (entrada de substâncias estranhas na via respiratória); 11 foram provocadas por falhas no cuidado e/ou proteção do paciente; sete por queda do paciente; e 134 não tiveram uma explicação exata sobre o tipo de incidente que fez o quadro evoluir fatalmente.

Considerando o número total de falhas (27.241), 15.556 foram erros leves; 7.109 não tiveram o grau revelado; 3.612, intensidade moderada; 770, grave; e 194 sucederam a óbito.

Ainda sobre o número total de incidentes durante a assistência à saúde, 5.944 também não tiveram classificação quanto à falha; 4.829 foram equívocos envolvendo cateter venoso (que se insere na veia); 4.526 foram casos de lesão por pressão; 2.360, defeitos envolvendo sondas; e 1.785, anotações equivocadas na identificação do paciente.

A maioria dos eventos adversos aconteceram com pessoas de 66 a 75 anos: 4.314 pacientes desta faixa etária foram vítimas de erros. Os cidadãos entre 12 e 17 anos são os que sofreram menos, tendo registradas 426 falhas.

Veja a tabela:

Os dados são da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e foram compilados pela Organização Nacional de Acreditação (ONA), entidade não governamental que certifica a qualidade de serviços de saúde no Brasil. O período levantado é entre agosto de 2023 a julho de 2024. A pesquisa engloba instituições públicas e privadas.

O levantamento completo está disponível no site da Anvisa.

Especialista explica

Como dito acima, o levantamento diz que 5.944 erros e 134 mortes ocorreram durante a assistência à saúde, sem detalhamento sobre a exata falha ocorrida. O médico especialista em gestão, medicina interna e controle de infecção hospitalar Rodrigo Garbero explica que essa imprecisão na definição dos dados ocorre devido à complexidade do processo assistencial.

“Contudo, o que a literatura nos mostra é que os maiores percentuais de erros que levam ao óbito estão ligados ao atraso no diagnóstico de uma piora clínica do paciente; à realização de complexos procedimentos invasivos; e a erros decorrentes da prescrição e/ou administração de medicamentos”, diz o especialista.

“Esses óbitos estão frequentemente associados a falhas na comunicação entre equipes sobretudo nas transições de cuidado, como transferência da UTI para enfermaria; passagem do plantão diurno para o noturno, entre outros; condições precárias de tecnologia; estruturas físicas deficientes; e a equipes sobrecarregadas.”

Gerente de Governança Clínica do Hospital Sírio-Libanês Brasília, Rodrigo Garbero alerta que a alta de casos é preocupante, mas, “se fosse apenas um óbito, também seria”. “Quando qualquer erro no processo assistencial leva à morte, a situação é muito grave, nunca pode ser vista com normalidade”, opina. “Gestores das redes pública e privada devem encarar esses números com grande senso de urgência”, prossegue.

Garbero ressalta, no entanto, que assistência à saúde não é tarefa simples. Para exemplificar, o médico faz um comparativo entre uma unidade de saúde e uma aeronave. “Em um avião com 194 passageiros, todos estão saindo do mesmo aeroporto e encerrarão seu trajeto no aeroporto de destino. Em um hospital de 194 leitos, cada indivíduo está fazendo uma ‘viagem’ única, individual. Eles não chegaram pela mesma origem e nem terão o mesmo destino”, diz.

O que leva à falha

A defasagem tecnológica de algumas unidades de saúde, bem como a precariedade da estrutura física e a sobrecarga dos profissionais, decorrente da superlotação, podem impulsionar os profissionais ao erro, na visão do gestor. “Por exemplo, houve 4.829 falhas envolvendo cateter venoso. A melhor prática para obter um acesso à veia do paciente é a utilização de um aparelho de ultrassonografia para guiar o acesso ao vaso. Este dispositivo não é amplamente disponível em todos os hospitais, aumentando as chances de erro”, ilustra Garbero.

“Chama a atenção também termos 4.526 lesões de pele associadas à pressão. Essas lesões acontecem, geralmente, em pacientes com algum grau de imobilidade, e sua prevenção exige que as equipes assistenciais estejam permanentemente atentas, reposicionando o paciente de maneira diferente a cada duas horas para que a pressão seja distribuída e não cause a lesão. Esse posicionamento não é simplesmente virar o paciente de lado: exige colocação de vários coxins (espécie de almofadas) para que os pacientes fiquem confortáveis e seguros”, explica o médico. “É um processo demorado e meticuloso, impossível de ser realizado com sucesso em um ambiente de superlotação e sobrecarga de trabalho”.

Cultura de segurança como solução

Como medida para evitar o máximo possível de alterações, é fundamental, para Garbero, qualificar equipes e mapear riscos assistenciais para construir protocolos como barreiras de segurança. “Essa cultura de vigilância constante e aprendizado contínuo é a base do que chamamos de cultura de segurança”, conta. Nesse ponto, entra o gestor em saúde com um papel fundamental.

“Os gestores devem implementar e fortalecer a cultura de segurança, isto é, promover um ambiente onde falhas são discutidas abertamente com foco em corrigir o processo assistencial e construir novas barreiras de segurança para evitar a recorrência dos erros”, aconselha.

“A maior parte dos erros não é culpa de um profissional específico, mas resultado de todo um processo assistencial inseguro. As falhas não são intencionais. Portanto, é fundamental que todos os profissionais estejam seguros para reportar eventuais erros, sem medo de punições intempestivas ou exposição vexatória”, atesta Garbero. “O gestor dá o tom da cultura organizacional. Se ele promover um ambiente seguro para os profissionais e demonstrar seu foco na melhoria dos processos e na segurança do paciente, essa cultura será disseminada por todo o time.”

O gestor encerra opinando sobre a rede pública de saúde. “É necessário otimizar os fluxos de internação e alta, melhorar a eficiência da resolução dos problemas dos pacientes e o giro de leitos. Esta é uma necessidade premente dos hospitais públicos do Distrito Federal, pois impactará fortemente nas condições de superlotação vivenciadas atualmente nas emergências e UPAs”, conclui.

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe