Conhecidos nas mídias sociais como “rei e a rainha da creatina” e com mais de 100 mil seguidores, os empresários Yuri Silveira de Abreu e Fabiula de Arruda Freire são alvo de uma investigação da Polícia Civil de São Paulo (PCSP).
Equipes da corporação apreenderam cerca de 30 toneladas de creatina no início deste mês, em endereços ligados ao casal. Ambos são donos do Grupo Soldiers, e a empresa é suspeita de adulterar o produto.
As apurações da polícia paulista revelaram que o casal de empresários modificava os produtos e os vendia em sites pela internet. A operação, além de apreender os itens, resultou no fechamento de um centro de distribuição dos produtos na zona leste de São Paulo, bem como de uma unidade de manipulação e envase de creatina em Jundiaí (SP), nesta semana.
Os dois locais acabaram fechados por falta de licenças adequadas para funcionamento. A Soldiers, que tem faturamento estimado em R$ 250 milhões, informou que os endereços são de terceiros não têm participação societária ou ingerência da empresa. A polícia investiga crimes de falsidade ideológica e contra as relações de consumo.
Sem licença
Um dos endereços, na zona leste da capital paulista, era um galpão destinado ao depósito de móveis, mas que estava sendo utilizado para estocar alimentos. O segundo endereço, em Jundiaí, cidade a 49 km da capital paulista, não possuía licença sanitária para a fabricação dos suplementos, e não constava nos rótulos da marca, o que é uma exigência legal.
A empresa Soldiers, que conta com mais de 120 mil seguidores no Instagram, se defendeu em nota, afirmando que a investigação foi realizada “sem uma justificativa plausível”. Segundo o comunicado, os locais investigados eram de prestadores de serviço e a empresa se compromete a manter padrões de qualidade que vão além do exigido por lei.
Em setembro, durante uma fiscalização em um estande da marca em um shopping de São Paulo, a polícia encontrou inconsistências nos dados e recibos dos produtos. Conversas encontradas nos dispositivos indicavam reclamações de clientes sobre a presença de larvas, fios de cabelo e outros contaminantes nos produtos.
Apesar das acusações e da investigação em andamento, a creatina produzida pela Soldiers está entre as aprovadas pela Associação Brasileira de Empresas de Produtos Nutricionais (Abenutri). A empresa nega as irregularidades e afirma que está colaborando com as autoridades enquanto o caso segue sob investigação.