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Professora, apresentadora de tv e recusa ao samba: como Alcione se tornou uma das maiores cantoras do Brasil

By 30 de novembro de 2024No Comments

O Globo Repórter Personalidades desta sexta-feira (29) revelou os caminhos da trajetória da Marrom. O Globo Repórter Personalidades desta sexta-feira (29) destacou a trajetória de uma das maiores vozes do Brasil: Alcione. O programa revelou os caminhos que fizeram da cantora um dos grandes nomes da música brasileira. Saiba mais abaixo.
Primeira vez no palco
A situação inusitada que levou Alcione a subir em um palco pela primeira vez
A primeira vez que Alcione subiu em um palco para cantar foi em São Luís do Maranhão, onde nasceu. Era noite de baile de debutante, no Grêmio Lítero Recreativo Português, um dos lugares mais tradicionais da época, frequentado pela alta sociedade.
A apresentação original seria da orquestra Jazz Guarani, comandada por seu pai. No entanto, o cantor ficou doente, e o baile corria risco de não acontecer. Foi então que, o irmão pediu para o pai deixar Alcione cantar. Ela também insistiu e, quando, a menina de apenas 12 anos soltou a voz, o que era um baile virou um show.
“Eu comecei a cantar ‘Ao ver passar por mim, pombinhas brancas’. Eu era fã da Ângela Maria, Dalva de Oliveira. E aí, todo mundo parou de dançar, começou a me aplaudir e não pararam. É o que eu estou fazendo até hoje (risos)”, relembra a cantora.
Alcione subiu pela primeira vez em um palco aos 12 anos
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Jornada como professora
Veja fato curioso que causou demissão de Alcione em trabalho como professora
Nos anos 1950, o talento de Alcione já aflorava, mas os palcos tiveram que esperar. Nos arquivos do antigo Instituto de Educação de São Luís, o Globo Repórter encontrou registros de sua formação no curso normal. O pai, João Carlos, desejava que a filha fosse professora.
Dona Regina, Dona Maria da Graça e Dona Cremilda eram colegas de turma de Alcione.
“Minha amiga sentava lá atrás, que era para o professor não perturbar ela. Era da turma do fundão”, conta Cremilda Braga, professora aposentada.
Depois de formada, Alcione chegou a dar aulas e prometeu aos alunos que tocaria trompete para eles se a turma fizesse silêncio. A direção da escola não gostou e ela acabou demitida.
“Foi chamada pela direção, então ela pediu: ‘não dá para mim, se não os meninos não vão aprender’. O resultado: ganhou uma passagem e foi embora para o Rio de Janeiro se aventurar. Foi o início de tudo”, afirma a colega de turma.
Alcione já foi professora e demitida após tocar trompete para alunos em sala
Reprodução/TV Globo
Início da carreira de cantora
Alcione não queria ser sambista; veja início da carreira da cantora
O começo da carreira artística de Alcione não foi fácil. A cantora iniciou sua trajetória em uma boate de Copacabana, no famoso Beco das Garrafas. Foi na noite que ela ganhou experiência, conheceu o público, testou vários estilos musicais e foi descobrindo do que era capaz.
“Na verdade, eu aprendi a cantar cantando, né? Você canta tanto que aprende. A lidar com o público, a lidar com a sua voz”, relata Alcione.
Foi nesse cenário que Roberto Menescal, que era diretor artístico de uma gravadora, a conheceu. Ele estava à procura de uma sambista para concorrer com artistas como Beth Carvalho e Clara Nunes.
“Jair Rodrigues falou assim: ‘Olha, tem uma muito bacana assim, mas não canta samba’. Fui lá ver o show, ela tocava piston e cantava em inglês. Eu disse: ‘estou precisando de uma sambista’. E ela falou: ‘Não sou sambista, não. Já vou te avisando'”, lembra Menescal.
Mas Menescal acabou convencendo Alcione a fazer um teste.
“Eu disse: vamos começar então pelo samba, e depois eu vou procurando os meus caminhos”, diz Alcione.
Após alguns compactos, logo veio o primeiro LP: A Voz do Samba, que foi lançado em 1975. É deste primeiro disco que surgiu a música que eternizou Alcione. “Não Deixa o Sambar Morrer” ficou 22 semanas no topo das paradas de sucesso.
“Tinha reunião de vendedores do Brasil inteiro. Eu peguei o baiano, que era meu amigo: ‘Quando eu tocar, você fala incrível’. Ele exagerou bastante. Então o primeiro disco já foi sucesso”, destaca Menescal.
“A Voz do Samba” foi o primeiro disco de Alcione
Reprodução/TV Globo
Apresentadora de TV?
‘Alerta Geral’: relembre programa de tv apresentado por Alcione
O nome do quarto disco de Alcione virou um programa de televisão na Globo, em 1979. O programa, intitulado Alerta Geral, foi criado com a participação de Ricardo Cravo Albin, um dos maiores conhecedores de MPB no Brasil.
“Foi histórico. Foi a defesa da música popular brasileira dentro de uma televisão. Uma alerta geral para o MBP”, lembra Cravo Albin.
Cravo Albin também comenta a escolha de Alcione para apresentar o programa.
“Ela era uma cantora nova, vinda do Nordeste heroico, e uma cantora de grande presença, de grande voz e de grande possibilidade. De fato, tudo isso ocorreu”, destaca.
Alcione e Clara em programa ‘Alerta Geral’
Reprodução/TV Globo
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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe