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Republicanos são vermelhos, democratas são azuis, mas já foi o contrário: entenda a origem das cores dos partidos nos EUA

By 1 de novembro de 2024No Comments

Tradição de associar cada partido a uma cor da bandeira americana é recente, e só entrou no imaginário do país nas eleições de 2000. Transmissão da NBC News em 2012 mostra mapa eleitoral dos EUA com estados democratas em azul, e estados republicanos em vermelho
NBC News/Reprodução/Mídias sociais
A cor vermelha costuma ser associada aos partidos de esquerda, dos mais centristas aos comunistas radicais, mundo afora. Menos nos EUA.
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Por lá, os “estados vermelhos” são os que votam no Partido Republicano, de viés neoliberal, ultraconservador nos costumes e abertamente anti-esquerda. Já os Democratas são associados a outra cor da bandeira americana, o azul.
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Mas nem sempre foi assim. Inclusive, a história começou com as cores invertidas: os primeiro mapas eleitorais coloridos a aparecer na TV americana mostravam em azul os estados onde os republicanos Nixon, Ford e Reagan haviam conquistado mais votos — e em vermelho os locais onde Jimmy Carter, Dukakis e até Clinton haviam conquistado maioria.
A tradição de associar cada partido a uma cor é recente na história dos EUA, e só “pegou” seis eleições atrás, no ano 2000.
Ela tem sua origem algumas décadas antes, nos anos 1970, por causa das coberturas de eleições das TVs locais.
TV em cores
Em 1972, quando a TV em cores começava a ganhar espaço nas casas americanas, a rede CBS começou a exibir mapas de estados coloridos em azul ou vermelho, dependendo de qual partido havia tido mais votos – e, por consequência, levaria os respectivos delegados para o Colégio Eleitoral. A emissora atribuiu a cor azul a Richard Nixon, dos Republicanos, e o vermelho para McGovern, dos Democratas.
Nas eleições seguintes, em 1976, a concorrente NBC inaugurou um grande mapa analógico para acompanhar a apuração dos votos. Ele era dotado de luzes azuis ou vermelhas para cada estado, que se acendiam conforme o partido que ganhava no local. O mapa aparecia constantemente na tela, e foi considerado revolucionário na época. A ideia foi copiada pelos concorrentes nos anos seguintes.
Novamente, os Democratas ficaram com a cor vermelha, e os Republicanos, com a azul. Em uma reportagem da revista “Smithsonian”, os produtores da NBC da época disseram que não se lembraram de discutir muito a respeito sobre qual cor ficaria com qual partido. Segundo um dos funcionários, a escolha foi feita com base no Reino Unido, que também possui um sistema mais ou menos bipartidário e cuja bandeira tem as mesmas cores da americana – onde os Trabalhistas, mais de esquerda, usam a cor vermelha, e os Conservadores, a azul.
Nos EUA, a ligação dos Republicanos com o azul data do século 19: na Guerra Civil Americana (1861-1865), essa era a cor do uniforme dos unionistas, liderados pelo então presidente Abraham Lincoln.
Mapa eleitoral da NBC News nas eleições de 1988 mostra estados republicanos em azul e estados democratas em vermelhos
NBC News/Reprodução/Mídias sociais
Ao longo dos anos 1980 e início dos 1990, cada canal de TV escolhia a forma de diferenciar os dois partidos em seus mapas eleitorais, e uma mesma emissora eventualmente trocava as cores depois de quatro anos.
Em 1980, a ABC adotou o vermelho para os Republicanos, que concorriam com Ronald Reagan. Em 1984, tanto a ABC quanto a CBS usaram o vermelho para os Republicanos e o azul para os Democratas. Na virada para os anos 1990, a ABC era a líder de audiência das TVs abertas americanas.
A NBC, criadora do painel de 1976, manteve seu padrão de cores até 1992. Em 1996, ela optou por seguir a concorrência para não confundir os telespectadores.
Foi nos anos 1990 que os jornais impressos americanos começaram a publicar pelo menos algumas de suas páginas coloridas, enquanto o padrão na mídia eletrônica se consolidava.
Bush x Gore
A divisão se consolidou de vez, porém, no ano 2000. Naquele ano, a eleição foi a mais apertada em décadas, e os mapas com as distinções entre estados “vermelhos” e estados “azuis” passaram horas no ar. Ao longo das semanas seguintes, a recontagem de votos na Flórida reforçou o padrão de cores no imaginário americano.
George W. Bush foi o vencedor depois de o democrata Al Gore admitir a derrota em 13 de dezembro daquele ano, mais de um mês depois do dia da votação.
Comentaristas políticos, títulos de jornais e até comediantes, como David Letterman, começaram a usar os termos “blue states” (estados azuis) e “red states” (estados vermelhos).
Já assimilada pelo público, a divisão se integrou até com o padrão gráfico dos partidos, que passaram a fazer seus logotipos com as respectivas cores.
Atualmente, os estados-chave, onde não há favoritismo claro de um partido, às vezes são chamados de “estados roxos”, ou aparecem em branco nos mapas.
Já candidatos de terceiras vias não têm uma cor definida. O último deles a ganhar eleições em estados e levar delegados ao Colégio Eleitoral foi o então governador do Alabama George Wallace, em 1968, que rompeu com os Democratas para apoiar leis segregacionistas contra negros pelo Partido Independente Americano. Ele conquistou cinco estados.
Atualmente, não há perspectiva de que um candidatos que não sejam republicanos ou democratas conquistem qualquer estado.

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe