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"A escolinha de futebol da Assefe é uma grife muito forte no esporte em Brasília", Sant’ Anna.

Quem assistiu à Copa São Paulo de Futebol Júnior 2024 pôde acompanhar um atleta fazer o hat-trick na semifinal e ajudar o Corinthians a ser campeão do torneio neste ano. Esse atleta era Arthur Sousa Araújo, um jovem de 20 anos de idade. Poucos sabem que Arthurzinho, como é conhecido nos gramados, é cria daquela que por muito tempo foi praticamente a mais renomada escola de futebol de Brasília, considerando os valores revelados – a Escolinha de Futebol da Assefe.

Arthurzinho no Corinthians e na Escolinha da Assefe.

Assim como no caso de Arthurzinho, a Escolinha Assefe foi também o berço de outros nomes que fizeram fama não só no Brasil como também no exterior. É fácil se lembrar do pentacampeão mundial, o zagueiro Lúcio, o atacante Warley, Lucas Crispim (Fortaleza), Victor Daniel (atualmente no Londrina), Alípio (Real Madrid), Carlinhos (Braga de Portugal), Léo Borges (Vasco da Gama), Filipe Cirne (Gama), Hudson e Igor (Rio Ave de Portugal), Fernando Viana (Atlético – MG), Edigar Junio (V-Varen Nagasaki do Japão), João Guilherme, Lucas Bocão (Internacional – RS) e Amoroso, um dos primeiros a sair da estrutura da Assefe, e, mais recentemente, o garoto Endrick, revelação do Brasileirão de 2023 pelo Palmeiras.

Ficha cadastral do Endrick na Assefe.

Segundo Gilson Onofre, que viu todas essas revelações atuarem no gramado da Assefe, esses jogadores são um presente do Distrito Federal para o futebol. “A Assefe tem na sua raiz a promoção de jogadores e não pode perder essa tradição”, afirmou.

Gilson: "Esses garotos são um presente do Distrito Federal para o futebol".

Gilson está no Departamento de Esporte da associação há 20 anos e lembra do caráter socializante e recreativo da Assefe. “Eu tenho muito orgulho de ter participado da história de vários atletas que passaram pelas nossas categorias de base. Somos um celeiro de talentos no futebol e construímos cidadãos”, completou.

Amoroso, à direita, comemorando sua passagem no seu berço no futebol.

Endrick, um talentoso atacante que atualmente brilha com as cores do Palmeiras e da Seleção Brasileira, é o jogador mais jovem a marcar um gol como profissional pelo clube paulista. Sua promissora carreira aponta para um futuro brilhante, inclusive com a perspectiva de defender as cores do prestigiado Real Madrid.

“A vida é engraçada. Ontem o Endrick era uma criança e ficava brincando com a bola durante os amistosos que o pai dele fazia no campo da Assefe. Hoje, virou um homem que não esqueceu das suas origens e tem tudo para brilhar pelos gramados do mundo”, ressaltou Gilson.

Douglas "Endrick", ao centro, entre veteranos da Assefe, com o uniforme brindado pelo filho.

O técnico Edmardo Singo Santos, o Singo, responsável pela escolinha ASH 2Toques e treinador do time feminino do Legião, crê que a mistura que faz o caldo cultural de Brasília proporciona crianças de grande qualidade técnica. “Temos que fortalecer o futebol de base para seguir com o nosso foco que é a formação. O Distrito Federal tem jogadores de grande qualidade”, ressalta.

Singo, vinte anos de Assefe.

Dentre os jogadores que receberam suas instruções de treinador, enquanto a ASH 2Toques gerenciou pelos últimos 20 anos a escolinha da Assefe, Singo cita Alípio Brandão, segundo ele, um jogador perfeito. “O Alípio realmente era completo. Desde os seis anos já conseguia ver o diferencial dele, e o Endrick, da mesma forma, tem tudo para ser o melhor do mundo”, completou.

Endrick, o artilheiro mais novo do Palmeiras.

Carlos Alberto Carvalho, atual diretor de Esportes da Assefe, ressalta que um dos grandes desafios da atual diretoria será a retomada, com excelência, das atividades esportivas infantis, principalmente o futebol. Carlos Alberto faz coro com os que tratam a questão esportiva de uma escolinha de futebol observando uma dualidade, “formar cidadãos é tão importante quanto bons atletas, e é isso que se busca nessa atividade. Acho que esse tem que ser o legado da diretoria que estou à frente”.

Carlos Carvalho: "O cidadão é tão importante quanto o atleta".

Além de manter uma escolinha, a Assefe também participava dos campeonatos de futebol de categorias de base. Filiada à Federação Metropolitana de Futebol – hoje, Federação de Futebol do Distrito Federal – até o ano de 2017, a Assefe tinha times de categorias junior e infantil com um bom aproveitamento. Weber Magalhães, chefe da delegação brasileira à Copa do Mundo de futebol da Coreia e Japão em 2002, servidor do Senado, sócio da Assefe e que presidiu a FMF, diz ter acompanhado todos os momentos do futebol assefeano nas 3 últimas décadas: “o esforço da Assefe permitiu que esses garotos de nossa cidade despontassem para o futebol. Não era somente uma atividade com os filhos de associados servidores da Casa. Havia também um trabalho com jovens da periferia da cidade, mantendo uma integração importante”. Weber ressalta que foram praticamente três frentes distintas de futebol na associação: Os campeonatos internos, “disputadíssimos entre os colegas do Senado e que tinham atletas convidados, fazendo com que se tornasse uma tradição na cidade; as escolinhas; e as categorias de base para os campeonatos da Federação. Essa história tem que ser retomada”, completa Weber.

Weber, o assefeano chefe da delegação penta-campeã.

E, nesse esforço para se manter à frente dos campeonatos de que participava, a Assefe tinha em seus quadros de funcionários alguns nomes que hoje se destacam no futebol brasiliense: Francisco de Assis Martins, o Assis, “Zé” Carlos de Oliveira e Adelson de Almeida, hoje no comando do Ceilândia.

Sempre que se fala de futebol de base na Assefe, os seus associados fazem referência aos colegas servidores que treinavam as equipes que participavam dos campeonatos de base do Distrito Federal como Marinaldo Gomes Araújo, Seu Marinaldo e José Ferreira Leite, o Ferreirinha.

Joberto Sant’ Anna, o atual presidente da associação, entende que a importância que diversos atletas da Assefe tiveram não aconteceria se eles não tivessem sido aperfeiçoados nos clubes profissionais, “mas os primeiros rabiscos no futebol, importantes na formação de cada um deles foram feitos aqui no nosso campo”. Na primeira passagem de Sant’ Anna à frente da Assefe, de 1996 a 1998, deu-se a transferência do atacante Léo Borges para o Vasco da Gama. A negociação foi feita com o presidente vascaíno, o então deputado Eurico Miranda, “que regateou muito mas pagou em parcelas um valor que ajudou na administração do clube”.

Com a interdição do campo de futebol da Assefe para programações de longo prazo a atual diretoria da associação verifica qual pode ser o planejamento para que seja retomada a atividade que tanto fez pelo futebol brasileiro, “é uma grife muito forte o futebol de escolinha da Assefe”, define o presidente.

Rafael Moura, jornalista do Clube do Esporte DF.

Quem assistiu à Copa São Paulo de Futebol Júnior 2024 pode acompanhar um atleta fazer o hat-trick na semifinal e ajudar o Corinthians a ser campeão do torneio neste ano, Arthur Sousa Araújo, um jovem de 20 anos de idade. Poucos sabem que Arthurzinho, como é conhecido nos gramados, é cria daquela que por muito tempo foi praticamente a mais renomada escola de futebol de Brasília, considerando os valores revelados, a Escolinha de Futebol da Assefe.

Assim como no caso de Arthurzinho a Escolinha Assefe foi também o berço de outros nomes que fizeram fama não só no Brasil como também no exterior. É fácil se lembrar do pentacampeão mundial, o zagueiro Lúcio, o atacante Warley, Lucas Crispim (Fortaleza), Victor Daniel (atualmente no Londrina), Alípio (Real Madrid), Carlinhos (Braga de Portugal), Léo Borges (Vasco da Gama), Filipe Cirne (Gama), Hudson e Igor (Rio Ave de Portugal), Fernando Viana (Atlético – MG), (…) no Japão, João Guilherme, Lucas Bocão (Internacional – RS) e Amoroso, um dos primeiros a sair da estrutura da Assefe, e, mais recentemente, o garoto Endrick, revelação do Brasileirão de 2023 pelo Palmeiras.

Segundo Gilson Onofre que viu todas essas revelações atuarem no gramado da Assefe esses jogadores são um presente do Distrito Federal para o futebol. “A Assefe tem na sua raiz a promoção de jogadores e não pode perder essa tradição”, afirmou.

 

Gilson está no Departamento de Esporte da associação há 20 anos e lembra do caráter socializante e recreativo da Assefe. “Eu tenho muito orgulho de ter participado da história de vários atletas que passaram pelas nossas categorias de base. Somos um celeiro de talentos no futebol e construímos cidadãos”, completou.

Endrick, um talentoso atacante que atualmente brilha com as cores do Palmeiras e da Seleção Brasileira, é o jogador mais jovem a marcar um gol como profissional pelo clube paulista. Sua promissora carreira aponta para um futuro brilhante, inclusive com a expectativa de defender as cores do prestigiado Real Madrid.

“A vida é engraçada. Ontem o Endrick era uma criança e ficava brincando com a bola durante os amistosos que o pai dele fazia no campo da Assefe. Hoje virou um homem que não esqueceu das suas origens e tem tudo para brilhar pelos gramados do mundo”, ressaltou Gilson.

O treinador Edmardo Singo Santos, o Singo, responsável pela escolinha ASH 2Toques e treinador do time feminino do Legião, crê que a mistura que faz o caldo cultural de Brasília proporciona crianças de grande qualidade técnica. “Temos que fortalecer o futebol de base para seguir com o nosso foco que é a formação. O Distrito Federal tem jogadores de grande qualidade”, ressalta.

Dentre os jogadores que receberam suas instruções de treinador, enquanto a ASH 2Toques gerenciou pelos últimos 20 anos a escolinha da Assefe, Singo cita Alípio Brandão, segundo ele, um jogador perfeito. “O Alípio realmente era completo. Desde os seis anos já conseguia ver o diferencial dele e o Endrick da mesma forma, tem tudo para ser o melhor do mundo”, completou.

Carlos Alberto Carvalho atual diretor de Esportes da Assefe ressalta que um dos grandes desafios da atual diretoria será a retomada com excelência das atividades esportivas infantis, principalmente o futebol. Carlos Alberto faz coro com os que tratam a questão esportiva de uma escolinha de futebol observando uma dualidade; “formar cidadãos é tão importante quanto bons atletas, e é isso que se busca nessa atividade. Acho que esse tem que ser o legado da diretoria que estou à frente”.

Além de manter uma escolinha a Assefe também participava dos campeonatos de futebol de categorias de base. Filiada à Federação Metropolitana de Futebol, hoje Federação de Futebol do Distrito Federal até o ano de 2017, seus times de juniores e infantil tinham um bom aproveitamento. Weber Magalhães, chefe da delegação brasileira à Copa do Mundo da Coreia e Japão em 2002, servidor do Senado, sócio da Assefe e que presidiu a FMF, diz ter acompanhado todos os momentos do futebol assefeano nas 3 últimas décadas: “o esforço da Assefe permitiu que esses garotos de nossa cidade despontassem para o futebol. Não era somente uma atividade com os filhos de associados servidores da Casa. Havia também um trabalho com jovens da periferia da cidade mantendo uma integração importante”. Weber ressalta que foram praticamente 3 frentes distintas de futebol na associação, os campeonatos internos, “disputadíssimos entre os colegas do Senado e que tinham atletas convidados, fazendo com que se tornasse uma tradição na cidade; as escolinhas; e as categorias de base para os campeonatos da Federação. Essa história tem que ser retomada”, completa Weber. E, nesse esforço para se manter à frente dos campeonatos de que participava, a Assefe tinha em seus quadros de funcionários alguns nomes que hoje despontam no futebol brasiliense, Assis, “Zé” Carlos e Adelson de Almeida, hoje no comando do Ceilândia.

Sempre que se fala de futebol de base na Assefe, os seus associados fazem referência aos colegas servidores que treinavam as equipes que participavam dos campeonatos de base do Distrito Federal como Marinaldo Gomes Araújo, Seu Marinalvo e José Ferreira Leite, o Ferreirinha.

Joberto Sant’ Anna, o atual presidente da associação, entende que a importância que diversos atletas da Assefe tiveram não aconteceria se eles não tivessem sido aperfeiçoados nos clubes profissionais, “mas os primeiros rabiscos no futebol, importantes na formação de cada um deles foram feitos aqui no nosso campo”. Na primeira passagem de Sant’ Anna à frente da Assefe, de 1996 a 1998, deu-se a transferência do atacante Léo Borges para o Vasco da Gama. A negociação foi feita com o presidente vascaíno, o então deputado Eurico Miranda, “que regateou muito mas pagou em parcelas um valor que ajudou na administração do clube”.

Com a interdição do campo de futebol da Assefe para programações de longo prazo a atual diretoria da associação verifica qual pode ser o planejamento para que seja retomada a atividade que tanto fez pelo futebol brasileiro, “é uma grife muito forte o futebol de escolinha da Assefe”, define o presidente.

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O time campeão em 1972

O time campeão em 1972

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

1. Geraldo Brito, Administração; 2. Dr. Paulo Menezes, Serviço Médico; 3. Hélio Buani, diretor Industrial da Gráfica; 4. Vavá, Coordenação; 5. Melão,Melinho, Manutenção Industrial; 6. Juarez, convidado; 7. Érito, Chaveirinho, Paraguaio; 8. Manoel, goleiro, filho do Dr. Ary, dentista do Serviço Médico; 9. Sinézio, goleiro, Manutenção; 10. Eraldo, Impressão Tipográfica; 11. Eurípedes Maninho, Linotipo; 12. Ximenes, Fotolito; 13. César, convidado; 14. Luis Mendonça, mascote, filho do Luis do Trombone, porteiro da Gráfica; 15. Eduardo, Expedição; 16. Celino, convidado; 17. Dazinho, convidado; 18. Walmir, Administração; 19. Tião, Manutenção.

Um passeio em Paquetá

Associação Atlética Senado Federal

Um passeio em Paquetá

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Pelos idos dos anos 1950, os colegas do Senado, sócios da Associação Atlética Senado Federal – ô povo bom de se associar, esses funcionários do Senado – marcaram uma partida de futebol e passeio em Paquetá, ilha na baía de Guanabara. Quem nos faz o relato é Arnaldo Gomes, ex-diretor da Gráfica do Senado: “Foi o time dos funcionários do Senado, o mascote sou eu! à frente de meu pai João Aureliano (1). Reconheci o Velho Madruga (2), que era o presidente da associação, o Arnaldo da Contabilidade (6), o goleiro Darione (3), irmão do Nerione, Zezinho (4) de gorro, Diretor das Comissões e Luiz Monteiro (5) que também veio para Brasília e foi um inesquecível diretor Administrativo do Senado. A foto deve ser de 1950, quando os servidores do Senado foram jogar em Paquetá. Viajamos numa sexta, depois do expediente no Palácio Monroe e voltamos domingo à tarde para o Rio de Janeiro. Do resultado do jogo eu não lembro, mas foi uma diversão.”

Associação Atlética Serviço Gráfico

Associação Atlética Serviço Gráfico – AASG

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Muito se fala do porquê do encerramento das atividades da associação do Serviço Gráfico. Há duas versões que explicariam o encerramento das atividades que levou, por consequência, ao fim do time de futebol.
Para Sinézio Justen da Silva, goleiro titular do time campeão de 1972, algumas regalias que eram dadas para os profissionais gráficos, atletas, criavam um certo mal- estar entre os servidores. “Por conta das partidas, os jogadores saíam antes de terminado o expediente para treinar e ainda havia a concentração que era feita nos hotéis do Setor Hoteleiro Norte, levando a que os outros colegas reclamassem do tratamento dado a quem atuava no time de futebol”, diz o mineiro de Juiz de Fora que havia chegado a Brasília pouco antes de passar a formar no time da Gráfica.
Há os que dão a explicação mais simples, dizendo que a Assefe passara a aceitar a filiação de servidores da Gráfica o que deixava com função menor a AASG o que poderia levar ao seu esvaziamento. Diante dessa possibilidade a associação foi extinta em 1973.

Eraldo!

Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!
Conheci Eraldo no início da década de 1990. Cearense, já não portava o corpo de um atleta de futebol da AASG que o técnico Rui Márcio colocava tanto no ataque – e era goleador – quanto na defesa. Sandália de couro, aquela que o nordestino incorpora como poucos ao uniforme do dia a dia, bom de conversa, ele me contava histórias de sua vida nos campos de futebol por Brasília. Se empolgava narrando suas atuações e me falando de nomes que se perderam na minha memória. Talvez minha memória não desse conta de que eu ouvia relatos que expressavam a cultura de um grupo profissional. Do tempo em que a impressão tipográfica tinha sua importância na Gráfica, Eraldo era exímio em sua função. Mas enquanto o braço da máquina subia e descia, ele tinha tempo para mostrar com o movimento de suas mãos o desenho de uma jogada.
Contava-me aos risos a atuação de seu irmão, lateral esquerdo, marcando Garrincha em um amistoso em Fortaleza. Irmãos, mãe, todos foram ao estádio assistir, mas o craque da família jogou só o primeiro tempo. Acabou substituído com o short rasgado pelo tanto de movimento que fazia na tentativa de marcar o 7 botafoguense. Ria solto lembrando dos gritos que dava para incentivar o irmão, “entra duro, não dê chance!”.
Um dia Eraldo pegou sua bolsa, recolheu seu jaleco azul de impressor e nunca mais nos vimos.
Deixou uma história de jogador, de impressor tipográfico, de bom colega.
Obrigado por todas as histórias.
Um abraço, Eraldo!

Joberto Sant’ Anna

Presidente da Assefe